A deputada e vice-presidenta da Comissão de Relações Exteriores da França Eléonore Caroit afirmou nesta sexta-feira que as relações bilaterais com o Brasil melhoram com a eleição do presidente Lula.
“Com a eleição presidencial, as relações entre França e Brasil são muito melhores, com a perspectiva de trabalhar juntos e encontrar uma solução para a segurança alimentar no Brasil e no mundo, inclusive para proteger a Amazônia”, disse ao DCM durante o Fórum de Paris sobre a Paz, nesta sexta-feira.
Voltado para a discussão de crises globais como a mudança climática, a fome e as guerras, em especial na Ucrânia, o evento conta com o presidente francês e líderes como o presidente da Argentina Alberto Fernández e da Colômbia, Gustavo Petro.
“(De um modo geral) as perspectivas são muito boas. Hoje, temos de ser otimistas porque por três anos o Brasil quase não tinha relações bilaterais (com a França) por causa de muitos fatores, um deles a Amazônia”, considera a representante dos franceses que moram na América Latina.
“Tem muita esperança, agora que a agenda política e climática do Brasil está mais ou menos na mesma direção”, afirma.
Acordo UE-Mercosul
Sobre o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, “as perspectivas também são muito boas, otimista porque a França quer voltar para as negociações se as condições climáticas forem respeitadas”.
“Agora, a bola está com o Brasil para encontrar uma maneira de trabalhar com a União Europeia para conseguir voltar à mesa de negociações e concluir um acordo que seja climaticamente justo”, avalia.
“Eu entendi que não há um veto do governo francês, mas uma vontade de trabalhar junto para obter um acordo bom para o clima mas também bom para as partes”, diz em referência à resposta do governo francês à pergunta da deputada sobre a manutenção do veto atual.
“O Brasil tem que voltar para o cenário internacional. Ouvi o discurso do presidente Lula dizendo que o Brasil tem que exercer um papel muito maior do que ele exerceu nos últimos. Eu ouvi com muito interesse porque eu acho que é verdade. É o restabelecimento das relações entre França e Brasil”.
“(O acordo) é uma maneira de ajudar o Brasil a exercer esse papel no cenário internacional”, acredita.
“Não só porque houve uma mudança de presidente, o que é bom para as relações diplomáticas, mas há uma vontade dos brasileiros e dos franceses de trabalhar juntos para lutar contra o aquecimento global, mas também para um desenvolvimento global dos países”, defende.
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