Com Bozoleco e laranjal do PSL, lideranças estudantis já organizam a manifestação do dia 30. Por Pedro Zambarda

Atualizado em 18 de maio de 2019 às 12:28
Manifestação na Paulista

De acordo com a CUT, 250 mil pessoas encheram a Avenida Paulista contra os cortes na educação e em pesquisa que foram iniciados nesse começo de governo Bolsonaro. Os manifestantes andaram até a Assembleia Legislativa de São Paulo próximo ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

O G1, site da Globo, registrou que protestos em mais de 200 cidades. No final do dia, os principais veículos da velha imprensa falavam em 150 municípios envolvidos nas manifestações convocadas por sindicatos, partidos políticos, escolas, estudantes e pelas redes sociais.

Isso aconteceu com menos de cinco meses de Jair Bolsonaro na presidência da República.

Mesmo com o dia histórico, até os dados que foram divulgados na imprensa podem ser contestados. Em entrevista ao DCM TV, o educador Daniel Cara, que foi candidato ao Senado pelo PSOL, disse que as manifestações somaram mais de um milhão na rua.

“Sai da Alesp com a informação de que um milhão e meio de pessoas foram mobilizadas no 15 de maio e foram mais de 500 cidades. A imprensa tem dado um número abaixo de 200 considerando só as grandes cidades. No entanto, temos que considerar os municípios que possuem institutos federais e as que possuem IFs no entorno. O número é bem maior do que o divulgado. Crateús, no Ceará, parou porque lá há educação indígena e quilombolas. O pesadelo do bolsonarismo começa a se desmontar”, disse Cara ao DCM.

Na Paulista, o DCM viu bandeiras por Lula Livre, estudantes de ensino médio e até professores universitários que falaram sobre a dificuldade de levar os jovens ao museu, entre gritos de revolta contra Bolsonaro. O presidente já era xingado no Metrô Trianon-Masp às 14hrs, no início das manifestações.

Haddad discursou no carro de som. Guilherme Boulos também. E as falas de líderes sindicais também foram respeitadas. E muitos dos presentes não eram ligados a partidos políticos, mas tinham identificação com a pauta da educação.

Um boneco inflado do presidente Bolsonaro foi colocado na frente do Masp. A faixa presidencial do Bozoleco trazia os seguintes dizeres: “laranjal do PSL”. Ele também aparecia segurando laranjas.

Todas essas manifestações apareceram depois da quebra do sigilo fiscal de Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, que também atingiu ex-assessores de seu filho Carlos.

O cenário indica que está se armando um tsunami contra o governo Bolsonaro.

O professor Fabio Malini é especialista em dados do Labic/UFES – Laboratório de estudos sobre Imagem e Cibercultura que fica em Vitória, no Espírito Santo. Ele fez o mapeamento de dados no Twitter um dia após os protestos. De acordo com o especialista, foi possível visualizar 1.211.331 milhão de mensagens. E houve 421.999 mil retuítes evidenciando os cortes na área educacional.

A União Nacional dos Estudantes, UNE, convocou novo ato para o dia 30 de maio, uma quinta-feira.

O evento no Largo da Batata marcado pelo Facebook tem 6,8 mil confirmações e 20 mil pessoas interessadas. Ele vai começar às 16hrs. Mas há atividades marcadas pela internet para Brasília, Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Caxias do Sul, Salvador, Manaus, Belém, São Luís, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba e Chapecó.

Se Bolsonaro e seu ministro Abraham Weintraub não recuarem e continuarem chamando estudantes e manifestantes de “idiotas úteis”, a hashtag #30M pode contaminar mais o Brasil do que o #15M.

O MBL, numa mensagem sincericida, afirmou que os protestos não enchiam a Paulista dessa forma desde o impeachment de Dilma.

Bozoleco
Marielle presente