No dia em que veio a público o estado de abatimento, preocupação e tristeza do presidente Michel Temer, uma nova bomba promete estremecer o já moribundo cenário político brasileiro.
A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima na Bahia na tarde desta segunda (3) complica ainda mais a situação do governo num momento em que este luta desesperadamente para tentar barrar a denúncia da PGR na Câmara dos Deputados.
Após a prisão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Geddel é o segundo ex-ministro da estrita corriola de Temer a ser preso preventivamente, ou seja, sem prazo determinado, pela Polícia Federal.
Amigo íntimo e longevo parceiro de Temer e Eduardo Cunha, o potencial de devastação de uma possível delação premiada do “Suíno” pode jogar a pá de cal que falta no que resta do golpe.
Ao contrário do que possa parecer, não é cedo para falarmos em delação do nosso mais novo ilustre presidiário. O efeito dominó que vem derrubando um a um os “heróis” do impeachment, segue fazendo estragos.
Cunha, que tudo sabe em matéria de corrupção, já havia afirmado que a delação do doleiro Lúcio Funaro levaria Geddel e Moreira Franco para a prisão. Confirmado o primeiro, a única coisa que impede o segundo de ver o sol nascer quadrado é o seu cobiçado foro privilegiado.
Geddel sabe que à medida que o tempo passa mais insustentável fica a sua situação e a situação dos seus comparsas. Delatar o que resta da máfia que tomou de assalto o Palácio do Planalto é sua melhor, se não a única, opção.
Na esteira da miséria que se revela esse projeto de ruminantes no poder, sua base aliada, cuja lealdade é diretamente proporcional à sua honestidade, ou seja, nenhuma, abandona cada dia mais a barca furada em que segue à deriva todo o Brasil.
Temer, que já começa a não sentir o chão sob os seus pés, segue cumprindo a sua sina de decorativo. Ignorado pelo resto do mundo, voltou atrás e decidiu comparecer à reunião do G-20 completamente alheio sobre o que irá fazer lá.
Com a nova tormenta a frente, é capaz que desminta mais uma vez a si mesmo e desista de passar por mais um vexame internacional. Como bom senso não é exatamente uma qualidade desse senhor, pode acontecer de um tudo, inclusive nada.
Noves fora toda a insegurança política, institucional, jurídica e econômica que vivemos no Brasil pós-golpe, a única certeza que podemos ter para o futuro próximo é que a família Temer aumentará, e muito, o consumo nacional de antidepressivos no país.