Com genro de Silvio Santos, Bolsonaro chuta a ‘nova política’ e cai no colo das velhas raposas

Atualizado em 10 de junho de 2020 às 23:43
Kassab e Fabio: velha política

O novo ministro da Comunicações, Fábio Faria, está por trás de um dos episódios mais vexaminosos do jornalismo brasileiro.

No sábado, 23 de maio, Silvio Santos mandou suspender a edição do SBT Brasil, o principal telejornal da emissora.

Os rumores eram de que ele não havia gostado da edição do dia anterior, quando foram exibidas cenas da reunião ministerial citada por Sergio Moro em depoimento à PF como prova do interesse de Bolsonaro em controlar a corporação.

Coube ao genro a missão de falar em nome de Silvio, de 89 anos.

“Mentira, mentira, mentira”, disse o marido de Patrícia Abravanel, em seu perfil no Twitter, afirmando que “jamais houve reclamação do governo sobre a divulgação do famoso vídeo no SBT”.

Fabio disse ainda (pode rir) que o sogro jamais aceitaria qualquer tipo de interferência e que o vídeo seria exibido na íntegra no “Programa Silvio Santos” do domingo (24).

Aliado de Gilberto Kassab, presidente do PSD, Fabio é deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Kassab comandou as Comunicações entre 2016 e 2018, durante o governo de Michel Temer.

A nomeação acontece no momento em que o ex-prefeito de São Paulo assumiu o comando das negociações entre Bolsonaro e o Centrão.

Durante a campanha, Bolsonaro dizia que num eventual governo sob seu comando haveria “no máximo” 15 ministérios, no chamado discurso da “nova política”.

Não deu um ano e meio para cair de maduro e sentar no colo dos profissionais da “velha guarda”: com a recém-criada pasta das Comunicações, seu governo já tem 23 ministérios.