Na abertura do ano legislativo de 2024, no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, nesta quinta, 15, com a presença do prefeito Eduardo Paes (PSD), uma ausência: a do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Jair Bolsonaro.
Carluxo foi alvo dias atrás de uma operação da Polícia Federal, que investiga sua participação na espionagem ilegal realizada por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem, nomeado pelo ex-presidente que também é investigado e teve o passaporte confiscado por causa das investigações de que teria utilizado a estrutura do Planalto para tramar um golpe de Estado em 2022.
No inquérido da “Abin paralela”, Carlos teve apreendidos 3 notebooks, 4 celulares e 11 computadores.
Durante as buscas em seu gabinete na Câmara, foi identificado um computador rotulado como “computador guardião”.
Todos os dispositivos foram transferidos para Brasília, onde os investigadores analisam os aparelhos em busca de provas de seu envolvimento com o ilícito.
Além de Carlos, outros dois bolsonaristas deixaram de comparecer à primeira sessão do ano: Felipe Michel (Progressistas) e Rogério Amorim PL, num evidente sinal de desprestígio do Zero Dois.
Até dezembro de 2022, quando o pai abandonou a presidência e fugiu para os EUA, Carlos comandava uma bancada de pelo menos 10 parlamentares, reduzida agora a apenas 2.
A ausência do parlamentar de extrema direita se justifica pelo fato dele não dar a mínima para o trabalho de vereador.
Ganha proporção, porém, ao se considerar a presença na sessão do prefeito Eduardo Paes, que vai tentar a reeleição e não economizou elogios a Lula e ao governo federal.
Na sua saudação aos vereadores, Paes elencou pelo menos três iniciativas do mandatário em favor do Rio: o programa em que a CAIXA voltou a promover investimentos na região do Porto Maravilha, o apoio para que a cidade venha a sediar 70% dos encontros do G20, ao longo deste ano, e o apoio à reestruturação do aeroporto Tom Jobim.
O consenso na Câmara é o de que Carluxo se isolou de forma quase irremediável. À incapacidade natural de se relacionar com seus pares, some-se agora o medo de ser preso por conta das investigações da PF.
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