Com prefácio de Lula, Golpe 16 é o livro da blogosfera de esquerda contra o impeachment de Dilma. Por Pedro Zambarda

Atualizado em 14 de setembro de 2016 às 13:06

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O jornalista Renato Rovai, da revista Fórum, promoveu nesta segunda-feira (12) uma mesa de debates no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo para lançar o livro ‘Golpe 16’. Com 224 páginas, a obra reúne artigos de 23 blogueiros, jornalistas e ativistas políticos com uma visão crítica do impeachment de Dilma Rousseff que foram organizados pelo próprio Rovai.

Adriana Delorenzo, Altamiro Borges, Beatriz Barbosa, Conceição Oliveira, Cynara Menezes, Dennis de Oliveira, Eduardo Guimarães, Fernando Brito, Gilberto Maringoni, Glauco Faria, Ivana Bentes, Lola Aronovich, Luiz Carlos Azenha, Maíra Streit, Marco Aurélio Weissheimer, Miguel do Rosário, Paulo Henrique Amorim, Paulo Nogueira, Paulo Salvador, Renata Mielli, Rodrigo Vianna, Sérgio Amadeu da Silveira e Tarso Cabral Violin assinam o livro. O prefácio é do ex-presidente Lula, além da obra conter uma entrevista com a própria Dilma.

O artigo escrito por Paulo Nogueira “sobre a estratégia do jornalismo de guerra para viabilizar o golpe” pode ser lido aqui no DCM.

No evento, debateram os blogueiros e ativistas Gilberto Maringoni, Dennis Oliveira, Eduardo Guimarães e Luiz Carlos Azenha.

O ex-senador Eduardo Suplicy também marcou presença, falando sobre o abaixo-assinado pedindo plebiscito de eleições para dezembro que entregou na residência de Temer assinados por 200 estudantes e professores do Vera Cruz, na Vila Leopoldina. Suplicy fez o seu protesto no dia 4 de setembro em que a PM disparou balas de borracha sem motivo nos manifestantes do Largo da Batata.

“Eu, que nunca fui jornalista, recentemente fui perseguido por artigos que publiquei sobre a Lava Jato denunciando o golpe. Diziam que era implicância minha, mas desde 2003 eu achava que a elite não aceitaria o PT no poder. E me chamam de petista, embora eu seja filiado ao PCdoB”, afirmou Eduardo Guimarães em sua fala na mesa.

Maringoni deu um depoimento ao DCM falando sobre o papel do livro no atual contexto. “É necessário entender o que foi o golpe não por necessidade acadêmica, mas para conseguir combatê-lo. Estamos tendo uma mudança de conjuntura com o ‘Fora Temer’ pegando. O governo está fragilizado, mas não o golpe. O capital financeiro e os grandes interesses ainda estão por trás. Precisamos ir às ruas enfrentar essa polícia vagabunda para mudar a conjuntura. O livro é fundamental pra isso”.

“No processo de impeachment, que é golpe, achei que a blogosfera deveria contar essa história do seu ponto de vista. Por isso convidei pessoas como Paulo Nogueira, Miro, Azenha, nossos amigos do Rio como Miguel do Rosário, Fernando Brito e Ivana Bentes. Também chamei a Lola do Ceará e uma galera espalhada pelo Brasil. Todos escreveram sobre cada parte deste golpe”, disse Rovai.

Os direitos autorais de Golpe 16 serão doados para o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a obra pode ser comprada por R$ 35 nas melhores livrarias.

O livro é o terceiro lançado com um viés de esquerda sobre o impeachment de Dilma. O primeiro foi ‘A resistência ao golpe de 2016’ lançado em junho com 103 artigos de políticos, juristas e jornalistas, incluindo Luiz Gonzaga Belluzzo, Luis Nassif, Paulo Teixeira, Wadih Damous, Tarso Genro e Jandira Feghali.

O segundo foi ‘Por que gritamos Golpe?’, da editora Boitempo, que chegou pouco depois com material de artistas, figuras públicas e filósofos como André Singer, Ciro Gomes, Djamila Ribeiro, Marilena Chauí, Pablo Ortellado, Paulo Arantes, Luiza Erundina, Laerte Coutinho, Guilherme Boulos e fotos do coletivo mídia NINJA.

Golpe de 16 chega para completar a tríade de livros antigolpistas durante o governo Temer.