Com recorde de calor em novembro, 2023 deve ser o ano mais quente da história

Atualizado em 6 de dezembro de 2023 às 6:25
Efeito estufa é um dos fatores que contribuem para calor extremo. Foto: reprodução

O sistema Copernicus Climate Change revelou que novembro de 2023 foi o mês mais quente já registrado na Terra, consolidando a tendência para 2023 se tornar o ano mais quente da história. Os meses anteriores também figuram entre os mais quentes, apontando uma trajetória alarmante em meio à crise climática. Houve onda de calor em todos os meses deste ano desde junho.

Segundo o Copernicus, a temperatura média da superfície em novembro atingiu 14,22°C, 0,85°C acima da média de 1991 a 2020. Esse valor supera em 0,32°C o recorde anterior de 2020 para o mesmo mês.

“As temperaturas extraordinárias de novembro em todo o mundo, incluindo dois dias mais quentes do que 2ºC acima [da média de temperatura] do período pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente da história”, disse a diretora-adjunta do Copernicus Climate Change Service, Samantha Burgess.

Comparando com o período pré-industrial (1850-1900), novembro de 2023 foi cerca de 1,75°C mais quente. De janeiro a novembro, a temperatura média global foi a maior já registrada, superando em 1,46°C a média do período pré-industrial, ultrapassando os onze primeiros meses de 2016, até então o ano mais quente.

O Acordo de Paris estabelece limites para evitar um aumento de temperatura superior a 2°C, buscando preferencialmente manter-se abaixo de 1,5°C. Apesar dos dados preocupantes, ainda não é possível afirmar se as metas do acordo foram comprometidas, dado que ele considera períodos mais extensos.

O El Niño, evento climático que influencia as temperaturas do oceano Pacífico Equatorial, também foi considerado pelo Copernicus. Embora tenha impacto, as anomalias em 2023 são menores que as registradas no evento de 2015.

Essas informações coincidem com a COP28 em Dubai, onde se discutem os destinos dos combustíveis fósseis. A OMM (Organização Meteorológica Mundial) também divulgou análise confirmando que 2023 será o ano mais quente, projetando uma média de 1,4°C acima dos níveis pré-industriais.

O Rio de Janeiro registrou até 60°C de sensação térmica. Foto: reprodução

A COP28, liderada por Sultan al-Jaber, presidente da Adnoc (petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos), enfrentou críticas após declarações de negacionismo climático. Após a revelação de suas afirmações falsas, al-Jaber convocou uma coletiva junto ao presidente do IPCC, Jim Skea, para reafirmar o compromisso com a ciência climática.

Além disso, um relatório recente projeta que 2023 atingirá o recorde de emissões globais por combustíveis fósseis. Carlo Buontempo, diretor do Copernicus Climate Change Service, destaca que enquanto as emissões continuarem a subir, os impactos das mudanças climáticas aumentarão, trazendo consigo ondas de calor e secas mais intensas.

“Enquanto as concentrações de gases de efeito estufa continuarem aumentando, não podemos esperar resultados diferentes dos observados este ano. A temperatura continuará subindo e os impactos de ondas de calor e secas também aumentarão”, disse Carlo Buontempo, diretor do Copernicus Climate Change Service.

Em uma perspectiva mais ampla, Burgess aponta que, ao combinar dados com o IPCC, 2023 se destaca como o ano mais quente dos últimos 125 mil anos, enfatizando a urgência de ações globais para combater a crise climática.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link