Com Weintraub, escrotidão se tornou política de estado. Por Luís Felipe Miguel

Atualizado em 22 de novembro de 2019 às 13:09
Abraham Weintraub. Foto: Agência Brasil/EBC

Publicado originalmente no Facebook do autor:

POR LUÍS FELIPE MIGUEL

Não foram as redes sociais que iniciaram o fenômeno, mas elas certamente o aceleram e aprofundaram muito: o crepúsculo da polidez.

Canso de receber pedidos de estudantes, de jornalistas ou mesmo de colegas sem um “por favor”. Na maior parte das vezes, minha resposta não merece um “obrigado”.

Mas é mais do que isso. Nas discussões, a grosseria aparece como “empoderamento”. Aspereza é “autenticidade”. Dar patada é “lacrar”.

Não estou falando de debate duro, que é bom e eu gosto. Nem de ironia. Estou falando de grossura mesmo, de agressão pessoal, de ataques abaixo da linha da cintura.

Tem muito disso nos lacradores de esquerda. Mas a direita, acredito, é imbatível, já que ela tem essa afinidade eletiva com a violência e, mais importante, está à vontade para lançar mão de toda sorte de preconceito, esse permanente combustível da baixaria.

E o que dizer de um país em que é o ministro da Educação quem mais se esmera em exibir sua falta de modos em público?

A escrotidão parece tomar conta do mundo. Mas é no Brasil que ela está se transformando em política de Estado.