
O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército Brasileiro, está na mira dos Estados Unidos e pode ser mais uma autoridade brasileira a perder o visto. A decisão está sendo discutida pelo Departamento de Estado dos EUA após alegações de que o general foi indicado ao posto por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e que teria fornecido respaldo à cúpula militar em decisões judiciais tomadas pelo magistrado.
De acordo com fontes do governo dos Estados Unidos, o Departamento de Estado tem acompanhado um histórico de reuniões entre Moraes e Tomás Paiva. O governo estadunidense acredita que algumas das ações e determinações do ministro, que incluem ações contra militares, teriam sido estabelecidas após um alinhamento prévio com o comandante do Exército.
Esse cenário levanta a hipótese de que o general estaria mais alinhado aos interesses do ministro do STF do que aos interesses das forças armadas em situações de crise política.

A possibilidade de revogação do visto de Tomás Paiva surge no contexto de um novo pacote de sanções que os Estados Unidos estão considerando. Além do general, outras autoridades brasileiras, incluindo integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, também estão sendo analisadas para sanções.
Generais próximos a Paiva afirmaram que uma ação do governo estadunidense contra o general seria um “tiro no pé”, pois isso poderia romper importantes canais de diálogo entre os dois países.
Apesar do impacto que essas sanções poderiam ter, um integrante do governo Trump informou ao Metrópoles que é improvável que medidas como essa alterem a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou dos ministros do STF.
No entanto, ele confirmou que o governo dos EUA continuará aplicando mais punições contra autoridades brasileiras que, em sua avaliação, estejam diretamente envolvidas em ações que interfiram nos processos judiciais de interesse dos Estados Unidos.