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Comboio com ajuda humanitária entra na Faixa de Gaza

Caminhões com ajuda humanitária chegam à Faixa de Gaza. Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

A Faixa de Gaza recebeu uma ajuda humanitária neste sábado (21) com a entrada de um comboio composto por 20 caminhões. No entanto, a situação permanece crítica para os 2,3 milhões de palestinos que estão enfrentando uma catástrofe em meio ao bombardeio israelense.

A autorização para a passagem dos caminhões foi o resultado de intensas negociações entre a ONU, autoridades locais e ONGs. O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, destacou a importância desse marco, mas também ressaltou que muito mais deve ser feito para atender às necessidades prementes da população.

A comunidade internacional havia solicitado 100 caminhões de ajuda, mas apenas 20 receberam sinal verde para entrar em Gaza. Autoridades locais anunciaram que a entrega de mais suprimentos foi adiada, provocando preocupações sobre a capacidade de atender adequadamente às demandas urgentes.

A entrada da ajuda ocorreu após um bloqueio imposto por Israel, interrompendo a chegada de água, comida, combustível e eletricidade em resposta ao ataque do grupo terrorista Hamas.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, falou que “o combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização”. Ele ainda comentou que pediu para “Israel adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”.

Caminhões com ajuda humanitária para Gaza aguardam abertura da passagem de Rafah, do lado egípcio. Foto: Reuters

Embora a entrada de ajuda tenha sido um passo positivo, a situação permanece delicada, com milhares de palestinos enfrentando a incerteza e o perigo enquanto tentam deixar Gaza. As agências humanitárias continuam enfrentando desafios consideráveis para garantir a entrega contínua de suprimentos essenciais, devido à complexidade da situação geopolítica na região.

O Brasil também contribuiu para os esforços de ajuda, enviando uma aeronave com 40 purificadores de água e 300 quilos de kits de medicamentos, em uma estimativa de ajudar até 3 mil pessoas, além de resgatar cidadãos brasileiros presos na Faixa de Gaza.

Enquanto a ajuda humanitária se acumula na fronteira, espera-se que os esforços internacionais se intensifiquem para garantir um apoio contínuo e sustentável à população em necessidade na Faixa de Gaza. A situação continua a evoluir, e mais atualizações são esperadas nos próximos dias conforme os esforços de ajuda se desdobram na região.

“O direito humanitário internacional é muito claro: você não pode fazer uma população inteira passar fome. Você não pode usar ajuda, comida ou água como um instrumento de guerra para qualquer fim político ou militar”, afirmou Marwan Jilani, diretor-geral da organização Crescente Vermelho para a Palestina.

O Crescente Vermelho é um braço muçulmano da Cruz Vermelha que usa a lua como símbolo religioso, uma vez que a cruz, símbolo das religiões cristãs, foram usadas contra a população árabe durante as cruzadas.

Na quarta-feira (18), as Forças de Defesa de Israel emitiram um apelo aos civis da Faixa de Gaza para se dirigirem ao sul da Faixa de Gaza, onde entrariam os auxílios humanitários internacionais.

Localizada a aproximadamente 10 km da fronteira com o Egito, no sul da Faixa de Gaza, as autoridades militares israelenses asseguram que a assistência será fornecida de acordo com as necessidades.

No entanto, o Exército sionista realizou, no dia seguinte (19), um ataque aéreo que atingiu cidade de Khan Yunis, localizada ao sul da Faixa de Gaza. De acordo com informações da emissora árabe Al Jazeera, pelo menos quatro pessoas morreram, enquanto a equipe médica do Hospital Nasser recebeu 12 mortos e 40 feridos.

Na região, estão os brasileiros que aguardam a liberação do Egito para poderem ser repatriados pelos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

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Augusto de Sousa

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