
Esta é a manchete da Folha no site do jornal, desde as 23h de quarta-feira e até agora, às 11h53min de quinta:
“Datafolha: 35% dos brasileiros se identificam com direita e 22%, com esquerda, aponta pesquisa”
E esta, em letrinhas miúdas, é uma das chamadas secundárias da manchete:
“Polarização atinge 74% dos brasileiros, com petistas superando bolsonaristas”
A Folha fez a escolha pela manchete que favorece a direita e escondeu a manchete que favorece o PT, Lula e o lulismo.
Ora, o conceito de direita e esquerda é vago para grande parte da população. Mas todos sabem o que significa ser petista, lulista ou bolsonarista.

E o confronto correto na pesquisa seria de lulistas contra bolsonaristas, mas a Folha também sabe que aí a goleada seria maior.
A Folha opta pelo que importa para a velha direita, que agora cerca o Supremo para tentar cercar Lula de novo.
A Folha tenta dizer que o bolsonarismo está mais fraco, mas destaca em manchete que a direita está viva. Mas que direita?
A Folha se esforçou para esconder a força do PT e de Lula como marcas. E para dizer que ser de direita não significa ser bolsonarista.
Por quê? Porque é preciso resgatar o que a velha direita já foi, antes de ser engolida pela nova extrema direita.
O problema continua sendo este: quem é o nome dessa direita para 2026? A direita quer que seja Tarcísio de Freitas, mas Tarcísio é bolsonarista.
Um resumo possível. A direita é forte e maior do que o bolsonarismo. Mas depende do bolsonarismo para enfrentar Lula, que é maior que todos eles.