Como a imprensa internacional repercutiu o pedido de condenação de Bolsonaro

Atualizado em 15 de julho de 2025 às 15:50
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante depoimento no STF. Foto: Fellipe Sampaio/STF

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir, na segunda-feira (14), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, a imprensa internacional destacou a possível prisão do mais famoso nome da extrema-direita brasileira. Os veículos destacaram a acusação de que Bolsonaro teria sido o “principal articulador” da conspiração para permanecer no poder.

O jornal argentino La Nación afirmou que o ex-presidente foi apontado como “principal articulador” de uma tentativa de golpe e que estaria à frente dos ataques após sua derrota eleitoral. Já o francês Le Figaro destacou que Bolsonaro foi acusado de ser o “líder de uma organização criminosa que conspirou para manter seu poder independentemente do resultado da eleição presidencial”.

O El País, da Espanha, ressaltou que, se condenado, Bolsonaro pode enfrentar pena superior a 40 anos de prisão. O Washington Post, dos EUA, citou a defesa do ex-presidente, que classificou o processo como “caça às bruxas”, mas também destacou trechos da denúncia da PGR, que acusa Bolsonaro de comandar uma tentativa de golpe.

Veja as manchetes: 

PGR aponta Bolsonaro como “coordenador” do golpismo

Nas alegações finais, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que há provas suficientes para condenar Bolsonaro e seus aliados por tentativa de golpe.

Além do ex-presidente, a PGR pediu a condenação dos ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

O documento de mais de 500 páginas reforça a denúncia apresentada em fevereiro e afirma que Bolsonaro agiu de forma sistemática para desestabilizar a democracia.

“As evidências são claras: o réu agiu de forma sistemática, ao longo de seu mandato e após sua derrota nas urnas, para incitar a insurreição e a desestabilização do Estado Democrático de Direito”, afirmou Gonet.

O procurador ainda destacou que “as ações de Jair Messias Bolsonaro não se limitaram a uma postura passiva de resistência à derrota, mas configuraram uma articulação consciente para gerar um ambiente propício à violência e ao golpe”.

Agora, as defesas dos réus terão prazo para apresentar suas alegações finais. Após essa etapa, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso, preparará seu voto para dar início ao julgamento.

A BBC Brasil destacou que Gonet ignorou as críticas públicas feitas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump à Justiça brasileira e manteve o tom contundente das acusações.