Como a PGR atuou para proteger Michelle Bolsonaro em investigação

Atualizado em 15 de maio de 2023 às 13:41
Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o descarte dos áudios e quebras de sigilo bancário na investigação que apura pagamentos em espécie de contas de Michelle Bolsonaro.

Em manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, também solicitou a retirada desse material  de outros dois inquéritos e o arquivamento do caso.

Os áudios foram obtidos pela Polícia Federal para investigar se houve irregularidades nas transações feitas por ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com os áudios de WhatsApp, o ex faz-tudo de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, tinha a preocupação de que o esquema de pagamentos em espécie fosse descoberto. O oficial foi preso suspeito de participar de um esquema de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

As mensagens, reveladas pelo UOL, mostram que Cid temia que os pagamentos fossem interpretados como um esquema de “rachadinha” e cita como exemplo a investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “É a mesma coisa do Flávio”, disse Cid em áudio para uma assessora da ex-primeira-dama.

A PF apurou que Michelle usava um cartão de crédito vinculado à conta da Rosimary Cardoso Cordeiro, assessora parlamentar no Senado e amiga da ex-primeira-dama.

As mensagens apontam ainda que Cid pagava com dinheiro vivo a fatura do cartão de crédito usado por Michelle, direto em uma agência do Banco do Brasil dentro do Palácio do Planalto.

Ao jornal O Globo, os advogados que representam Mauro Cid, Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore, informaram que, “por respeito ao STF, todas as manifestações defensivas serão feitas nos autos do processo”. Já Fabio Wajngarten, que representa Bolsonaro, disse que “os pagamentos de fornecedores informais, pequenos prestadores de serviços, eram feitos em dinheiro a fim de proteger dados do presidente”.

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