Como atuava o espião russo identificado pela Abin no Brasil

Atualizado em 8 de abril de 2024 às 13:09
O russo Serguei Chumilov, apontado pela Abin como espião, se passando por diplomata em Brasília. Foto: Reprodução

O agente Serguei Alexandrovitch Chumilov, apontado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como um espião russo, operava dentro da embaixada da Rússia, em Brasília, para recrutar cidadãos brasileiros de setores de interesse para atuarem como informantes do país estrangeiro.

Segundo a Folha de S.Paulo, as investigações apontam que Chumilov chegou ao Brasil em 2018, assumindo o cargo de primeiro-secretário na embaixada russa. Ele também se apresentava como representante da Casa Russa no Brasil (Russky Dom), ligada à agência federal Rossotrudnichestvo, que se dedica à cooperação humanitária internacional.

Chumilov foi retirado do país em julho do ano passado pelo governo russo, após a Abin notificar o Itamaraty, que então oficializou a comunicação ao governo de Moscou.

A investigação indica que os recrutados pelo agente tinham como objetivo obter informações sobre setores ou temas de interesse da inteligência russa. Ele se valia de sua posição diplomática para realizar atividades de espionagem, incluindo a oferta de bolsas de estudo e programas de intercâmbio na Rússia para atrair estudantes e acadêmicos brasileiros.

Durante sua estada no Brasil, Chumilov participava ativamente de eventos promovendo oportunidades de estudo em universidades russas. Em uma palestra realizada em 2022 em uma faculdade de Brasília, ele enfatizou o trabalho da agência na promoção da cultura e da educação russa, além de apresentar possibilidades de estudo para os interessados.

“Meu nome é Serguei Chumilov, sou diretor da representação da agência governamental russa, o nome é um pouco complicado para brasileiros e estrangeiros, o nome completo é Rossotrudnichestvo. Mas o segundo nome é Casa Russa. O foco principal da nossa agência é a promoção da agenda humanitária da Rússia. Então trabalhamos com promoção da cultura russa, com conteúdos russos e, também, um dos pilares principais da nossa agência é a promoção da educação”, disse na ocasião.

Segundo a Abin, o método utilizado por Chumilov para recrutar espiões, conhecido como “cultivação”, visa a estabelecer conexões de longo prazo sob a cobertura diplomática. Em alguns casos, os envolvidos só percebem sua participação no esquema quando já estão profundamente envolvidos, o que dificulta sua saída da rede de informantes.

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