
A líder da extrema direita francesa Marine Le Pen, condenada nesta segunda-feira (31) a quatro anos de prisão e cinco anos de inelegibilidade, reagiu afirmando que a sentença foi motivada politicamente e anunciou que recorrerá da decisão.
Durante uma entrevista no principal telejornal francês, ela insistiu que a condenação tinha como objetivo barrar sua candidatura à presidência em 2027, caracterizando a decisão judicial como uma violação do Estado de direito. De forma contundente, Le Pen reiterou: “Não houve enriquecimento pessoal e não houve corrupção”. Refutou as acusações relacionadas ao caso dos falsos assistentes parlamentares.
Essa postura de Le Pen repete a reação de Jair Bolsonaro quando se viu confrontado com acusações e a abertura de processos judiciais relacionados à tentativa de golpe.
Assim como Le Pen, Bolsonaro declarou sua inocência e minimizou as implicações legais de suas ações, alegando perseguição política e deslegitimando o processo judicial. Ambos, Le Pen e Bolsonaro, adotam uma estratégia de vitimização, apresentando-se como alvos de um sistema judicial parcial e influenciado por forças políticas que buscam minar suas carreiras.
Le Pen, em sua entrevista, também acusou os juízes de agirem como se estivessem em um regime autoritário, uma crítica que ressoa com as declarações de Bolsonaro, que também questionou a imparcialidade das autoridades que o processam. Ambos parecem adotar a narrativa de que são perseguidos por sistemas judiciais que estariam agindo fora dos limites da legalidade para barrá-los politicamente.
Apesar da condenação, Marine Le Pen afirmou que lutará até o fim para reverter a decisão. “Há milhões de franceses que acreditam em mim, milhões de franceses que confiam em mim. Tenho lutado contra a injustiça por 30 anos e vou continuar fazendo isso até o fim”, diz.
No final, ao ser questionada sobre sua possível saída da política, Le Pen foi enfática. “De forma alguma vou deixar a política”, afirmou.
– La montée de la droite est une réalité partout dans le monde. La gauche en France, tout comme au Brésil, choisit la voie du Lawfare, de l’activisme judiciaire pour réussir à des élections sans une vraie opposition.
– Je pense que l’inéligibilité de @MLP_officiel suit la même…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 31, 2025