
O Brasil se tornou o quinto maior mercado bets do mundo, com previsão de faturamento de US$ 4,139 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) em 2025, segundo dados da consultoria Regulus Partners. O mercado brasileiro de apostas tem crescido desde 2014, quando era estimado em apenas US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão), impulsionado por fatores como a pandemia de Covid-19, que ajudou a popularizar as apostas online no país.
Antes da regulamentação formal do setor, as apostas online no Brasil operavam em um ambiente quase sem controle, o que ajudou a tornar o país um “laboratório” para as empresas de apostas.
A legalização das apostas no Brasil ocorreu em 2018, mas a regulamentação só foi implementada em 2024. Durante esse período, as empresas de apostas usaram estratégias agressivas de marketing e plataformas intuitivas para atrair apostadores.
Com a popularização das apostas no celular, o Brasil viu uma mudança na forma como os apostadores interagem com as apostas, oferecendo uma experiência mais acessível e imediata, especialmente com o auxílio do sistema de pagamento instantâneo, o Pix. Isso, junto com a alta taxa de bancarização da população brasileira, facilitou a expansão do mercado.

O futebol tem sido um dos maiores impulsionadores do crescimento das apostas online no Brasil. Com investimentos pesados em patrocínios de clubes de futebol, o setor de apostas estabeleceu sua presença nas camisas dos times, em camarotes de Carnaval e nas redes sociais, o que ajudou a “normalizar” a prática.
Empresas como Betano e Superbet, que patrocinam grandes clubes como Flamengo e São Paulo, têm contribuído para a popularização das apostas, o que transformou o Brasil em um dos mercados mais atrativos para as empresas internacionais de apostas.
O rápido crescimento das apostas online gerou preocupações sobre seus efeitos negativos, como o vício e o impacto financeiro nas famílias. Especialistas ouvidos pela BBC Brasil alertam para o risco de “betização” da renda das famílias, com dados do Banco Central mostrando que até beneficiários do Bolsa Família estavam gastando com apostas.
Enquanto o governo tenta implementar restrições, como a proibição de publicidade direcionada a menores, ainda há debate sobre como equilibrar a regulamentação do setor para evitar que ele prejudique os cidadãos mais vulneráveis.