
Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, consolidou sua atuação no setor financeiro com aquisições e parcerias de impacto. Além dos movimentos de mercado, há um aspecto pouco discutido: a forma como organiza a cultura do banco. Essa cultura não aparece em campanhas ou relatórios, mas nas escolhas cotidianas e na forma como o Master define suas prioridades.
Nos bastidores, executivos descrevem uma liderança que prefere a construção discreta ao marketing barulhento. Vorcaro não é adepto de slogans corporativos ou de valores escritos em quadros de parede. O que sustenta o Master, segundo relatos, é um código prático: meritocracia dura, foco em agilidade e tolerância limitada ao erro.
No dia a dia, Vorcaro privilegia a execução rápida e a busca por espaços pouco explorados pelo sistema financeiro. Foi assim com a entrada em nichos como precatórios e operações estruturadas, em que o Master construiu presença relevante sem disputar diretamente com os grandes bancos em áreas saturadas. A lógica é identificar margens de oportunidade e ocupar territórios de menor concorrência ou pouco explorados.
A negociação de 58% do capital do Master com o BRB exemplifica como ele vem redesenhando o papel dentro da instituição. Ao compartilhar o controle, passou a dividir responsabilidades de liderança, concentrando-se mais em agendas institucionais, enquanto a gestão cotidiana ganhou maior participação de outras frentes. Essa dinâmica trouxe uma operação menos dependente de uma única figura e mais baseada em lideranças distribuídas.