Como falhou o plano de Cármem Lúcia para driblar o STF

Atualizado em 23 de março de 2018 às 14:26
Raquel Dodge e Cármen Lúcia no julgamento do habeas corpus de Lula no STF

POR MIGUEL ENRIQUEZ, de Brasília

O plano frustrado da Lava Jato para “forçar” a prisão de Lula com “ajuda” de alguns ministros do STF era o seguinte:

Cármen Lúcia pautou em segundo lugar o HC com a intenção de que a sessão fosse suspensa até o dia 4.

Todos sabem que o julgamento dos embargos seria no dia 26.

Após o recente anúncio do julgamento do HC pelo STF, a data de prisão mais provável de Lula seria dia 28

Assim haveria tempo para tentar consubstanciar a negativa de habeas corpus pelos ministros. Isso porque ficaria mais difícil  desdizer o TRF4 e ao mesmo tempo admitir que não julgaram o HC.

Ou seja, os ministros mudariam de lado com “mais facilidade” se posicionando contra Lula.

Essa liminar foi uma salvaguarda inesperada contra os abusos da Lava Jato.

Cármen quase logrou seu intento pois teve indisfarçável ajuda de Fachin e Barroso para enrolar durante a sessão.

Além disso, o relator deu a entender que já havia levado uma cópia de seu voto para distribuir aos colegas.

Caso tenha sido isso, fica reforçada a percepção de que era uma jogada ensaiada o adiamento.