
O dólar e a Bolsa brasileira enfrentaram uma sessão de altos e baixos nesta quarta-feira (30) após a publicação do decreto que oficializa as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo governo estadunidense. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, entrou em vigor às 15h e provocou reações imediatas nos mercados financeiros.
O dólar chegou a atingir R$ 5,617 após o anúncio, mas recuou para R$ 5,536 após a divulgação da extensa lista de exceções que isenta 694 produtos brasileiros, incluindo itens estratégicos como alimentos, minérios e produtos da aviação civil. O recuo foi visto como uma “amarelada” de Trump. Às 16h31, a moeda estadunidense registrava leve alta de 0,03%, cotada a R$ 5,572.
No mercado acionário, o Ibovespa também mostrou resiliência, fechando em alta de 1% aos 134.053 pontos. As ações da Embraer, principal beneficiada pelas isenções, dispararam 10,25%, atingindo R$ 75,84 por papel. A fabricante de aviões tem os Estados Unidos como seu principal mercado consumidor e estava entre as empresas mais expostas às tarifas.

O decreto presidencial justifica as medidas como necessárias para “lidar com as políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.
O texto menciona explicitamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, acusando o Brasil de interferir na economia estadunidense e violar direitos humanos.
“Membros do governo do Brasil têm tomado medidas que interferem na economia dos EUA, infringem os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos norte-americanos, violam os direitos humanos e minam o interesse dos Estados Unidos em proteger seus cidadãos e empresas”, afirma o documento.