Como foi a festa da democracia em Brasília. Por Carlos Fernandes

Atualizado em 1 de abril de 2016 às 21:25
Frevo na grande manifestação de Brasília
Frevo na grande manifestação de Brasília

O Planalto Central do Brasil foi palco de uma gigantesca demonstração de resistência e luta em defesa da democracia brasileira e do estado democrático de direito.

Na noite dessa quinta-feira, 31/03, cerca de duzentas mil pessoas – segundo os números dos organizadores – saíram às ruas da capital federal para gritarem a plenos pulmões que esse país não aceitará ser vítima de mais um golpe de estado na sua história.

O que se viu estampado no gramado da esplanada dos ministérios foi a celebração da pluralidade social, religiosa, cultural, racial e sexual que faz desse país a grande nação que é.

Homens, mulheres, brancos, pretos, amarelos e vermelhos, idosos, adultos, jovens, crianças, heterossexuais, homossexuais, transexuais, deficientes físicos, artistas, ativistas, políticos, profissionais liberais, uma diversidade de movimentos sociais e entidades de classes, todos unidos na mais esplendorosa harmonia em torno do mesmo objetivo.

A coragem, a determinação, a ousadia, a força e a fé que emanavam de cada indivíduo ali presente fizeram com que o sentimento de esperança por um Brasil mais justo, igualitário, legal e legítimo inundasse o coração de todos.

Nenhum ato expresso na manifestação consistia na simples defesa de Dilma, Lula ou o PT. Todos, absolutamente todos, estavam plenamente conscientes do que realmente está em jogo e quais as consequências desastrosas para o país se for desrespeitada a normalidade do processo democrático.

Foi simplesmente revelador a presença de funcionários e aposentados da Petrobrás contra o golpe e a favor dessa grande empresa cuja verdadeira ameaça encontra-se justamente nas mãos de entregadores históricos do patrimônio público que hoje pousam como arautos da honestidade.

Emocionante ver cidadãos brasileiros portadores de deficiência física superarem todas as suas limitações para se fazerem presentes e exercerem o sagrado direito de se manifestar e lutar pelo respeito ao seu precioso voto.

Grupos como a Rede Afro LGBT e praticantes de religiões de matrizes africanas contribuíram sobremaneira para abrilhantar, colorir, felicitar e engrandecer o movimento.

De tudo o que vimos em Brasília e em todo país nessa histórica quinta-feira, fica a certeza de que os anseios golpistas dos traidores da pátria só serão alcançados quando o último defensor da democracia cair ao chão.