Como foi a operação de guerra montada por Flávio Dino para comprar respiradores da China

Atualizado em 16 de abril de 2020 às 12:39
Dino participa do consórcio de governadores do Nordeste, que vem se desvinculando do governo de Bolsonaro – Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

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O governador do Maranhão Flávio Dino montou o que foi classificado como uma verdadeira “operação de guerra” para conseguir trazer 107 respiradores e 200 mil máscaras da China para seu estado.

Antes disso, em outras três oportunidades, reservas dos equipamentos haviam sido atravessadas pelos Estados Unidos e Alemanha, que pagaram mais aos fornecedores chineses e ficaram com os respiradores, e pelo governo federal, que confiscou os produtos para distribuir conforme suas próprias prioridades.

A saída encontrada pelo governo maranhense para assegurar a chegada dos equipamentos foi alterar a rota de compra, trazendo as mercadorias pela Etiópia. Após o desembarque em São Paulo, a carga seguiu para o Maranhão e somente no estado passou pela inspeção da Receita Federal, evitando uma possível retenção na chegada do exterior.

De acordo com o governo do Maranhão e matéria do jornal Folha de S. Paulo, parte dos equipamentos foram comprados com recursos doados pela iniciativa privada. A Secretaria Estadual de Saúde informou que empresário locais doaram até o momento mais de R$ 10 milhões para auxiliar no combate ao coronavírus.

“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI”, disse o secretário estadual de Indústria e Comércio Simplício Araújo ao jornal. De acordo com Araújo, 60% dos leitos de UTIs do estado estão ocupados.

A operação teria custado, segundo o jornal, R$ 6 milhões, envolvendo 30 pessoas. Em vídeo, o governo estadual anuncia que mais 80 respiradores chegarão ao Maranhão nos próximos dias.