
O golpista Paulo Figueiredo voltou aos holofotes nesta semana ao participar do podcast Inteligência Ltda. ao lado do comparsa Eduardo Bolsonaro.
Defendeu “anistia ampla, geral e irrestrita”, atacou Alexandre de Moraes, se declarou perseguido por suas posições políticas, louvou os Estados Unidos, lacrou à vontade. Não respondeu sobre sua prisão em Miami por corrupção.
Faltou lembrar por que o sujeito está na mira da Justiça brasileira. Ninguém tocou no assunto.
Ex-comentarista da Jovem Pan, Figueiredo usou o programa Os Pingos nos Is em 2022 para divulgar nomes de generais do Alto Comando do Exército que resistiam às pressões do bolsonarismo. Está arrolado no núcleo 4 da trama golpista.
A Polícia Federal afirma que a exposição foi deliberada e coordenada com outros membros do grupo, incluindo o general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O objetivo era constranger publicamente os oficiais legalistas e fomentar dissidência dentro das Forças Armadas por meio da desinformação e de campanhas nas redes.
Em suas declarações na Jovem Pan, feitas dos Estados Unidos, Paulo Figueiredo afirmou ter apurado quem seriam os três generais contrários ao plano golpista: Richard Fernandes Nunes, Tomás Ribeiro Paiva e Valério Stumpf Trindade.
Ele alegou estar cumprindo um “dever cívico” ao expor esses militares, num momento de tensão institucional no país. A PF concluiu que o episódio integrava uma ofensiva articulada com base em fake news para desestabilizar o Alto Comando do Exército e facilitar a ruptura institucional. Há diversas provas, colhidas no celular de Cid, mostrando a atuação desse pulha.

Em 28 de novembro, Figueiredo disse que “3 dos 14 [generais do Exército] têm se colocado de forma aberta na articulação contra uma ação mais direta, mais contundente das Forças Armadas”.
O general Richard foi definido pelo sujeito como dono de “posições ideológicas muito à esquerda para o padrão do Exército brasileiro”. Já o general Paiva, atacado por ter sido ajudante de ordens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por 6 anos, foi descrito como “o que mais entende de política e articulação”.
O general Stumpf foi dado como “amigo de infância” de José Levi Mello do Amaral Junior, “muito bem relacionado com o STF”.
“O STF tem um brother dentro do Exército. Será que é por isso que Alexandre toma suas decisões com tanta tranquilidade, sabendo que não haverá reação?”, indagou o escroque no programa que pressionava os militares a chegarem a um consenso a favor de Bolsonaro.
O nome de Figueiredo também aparece ligado a uma carta redigida por coronéis alinhados ao golpe e enviada a ele para ser lida no ar.