Como Fux pode atrasar o julgamento de Bolsonaro no STF

Atualizado em 13 de agosto de 2025 às 12:15
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam como praticamente nula a chance de Luiz Fux pedir vista e adiar o julgamento que envolve Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado. Quatro magistrados foram ouvidos — a maioria integrante da Primeira Turma, responsável pelo caso — e nenhum deles relatou qualquer sinalização nesse sentido, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Um dos ministros afirmou que, semanas atrás, Fux deixou claro que não faria nenhuma solicitação capaz de paralisar o processo.

“O ministro Fux não sinalizou nada em termos de vista. Até porque ele acompanhou as audiências e conhece toda a prova coletada”, disse. Outro membro da Primeira Turma foi direto: a possibilidade é “zero”.

O magistrado tem adotado posições isoladas no colegiado em temas envolvendo Bolsonaro. Foi o único a se manifestar contra o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente e deve ser também o único a votar contra a prisão domiciliar.

Jair Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

Para os ministros, em meio à pressão de bolsonaristas e do governo dos Estados Unidos, Fux não deixará o tribunal com esse processo pendente, evitando abrir espaço para ataques à Corte.

Nesta quarta-feira (13), o processo entra na etapa final antes do julgamento. Os advogados de Bolsonaro e dos demais réus do primeiro núcleo da trama golpista têm até hoje para apresentar suas alegações finais. Esse documento resume provas e argumentos, buscando reforçar pedidos de condenação ou absolvição.

No caso, a ordem de manifestações começou pela Procuradoria-Geral da República (PGR), seguiu pela defesa de Mauro Cid e termina agora com os demais réus.

O colegiado poderá absolver os acusados, se entender que não houve crime ou participação, ou condená-los, aplicando penas proporcionais ao envolvimento de cada um. Em qualquer cenário, caberá recurso dentro do próprio STF.