Como Hitler, Bolsonaro é admirador da maneira como os americanos dizimaram seus índios. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 27 de janeiro de 2020 às 19:38

Durante sua live de quinta-feira, dia 23, Jair Bolsonaro atacou novamente um de seus alvos prediletos.

“O índio mudou, tá evoluindo. Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”, falou.

Bolsonaro critica a demarcação de terras no Brasil há pelo menos três décadas. Em 1998, elogiou a maneira como os Estados Unidos lidaram com a questão.

“Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e, hoje em dia, não tem esse problema em seu país”, afirmou o então deputado.

O racismo e a xenofobia remetem a outro admirador do bangue bangue como método de aniquilação de indesejáveis: Adolf Hitler.

Hitler era fanático, desde jovem, por Karl May, autor de romances de aventura vagabundos passados no Velho Oeste. Best seller total.

O herói de May, Old Shatterhand, citava constantemente a Bíblia, alegando que estava investido do direito divino de exterminar raças inferiores.

Em 1928, Hitler elogiou os colonos brancos nos Estados Unidos, que haviam “abatido milhões de peles vermelhas, deixando algumas poucas centenas de milhares”.

Em 1941, mandou que os soldados levassem os livros de seu mentor para saber como lidar com os russos, capazes de truques como os dos índios americanos.

A noção da geografia dos EUA que o führer tinha vinha das paisagens inventadas por May — sendo que o próprio nunca saiu da Alemanha.

É curioso ver Bolsonaro falando dos 75 anos da libertação de Auschwitz — a homenagem de um huno que está do lado da barbárie e contra a humanidade.

Hitler curtia uma leitura no trem
O escritor alemão Karl May fantasiado de Old Shatterhand, herói de seus livros passados no Velho Oeste