É o que escreveu em seu blogue Gerald Thomas a respeito da violência sexual cometida contra a modelo Nicole Bahls.

Gerald Thomas deveria estar respondendo agora a uma tentativa pública de estupro, ocorrida na noite do lançamento de um livro seu.
Mas não.
Ele está escrevendo em seu blogue. E se jactando. E agredindo a “gentalha hipócrita”, em maiúsculas, que o criticou por ter investido selvagemente contra uma integrante do programa Pânico numa tentativa de entrevista.
E colocando a culpa nela, Nicole Bahls, “uma menina de (praticamente) bunda de fora, salto alto de “fuck me”, seios à mostra”.
E dizendo que ela não apenas pediu para ser agredida fisicamente como gostou: “A única coisa que REALMENTE FIZ foi tentar levantar a saia de Nicole Bahls e, pela expressão da cara dela nas fotos, she must have had a bahls!”
E se concedendo imunidade teatral: “Somos todos da classe teatral e nossa função é apontar as VOSSAS falhas.”
Ah, obrigado, Mestre.
E bazofiando: “ Eu, Gerald Thomas, faço a olho nu, na frente dos fotógrafos, das câmeras, das luzes, o que esse bando de carecas e pseudomoralistas gostaria de estar fazendo atrás de portas fechadas, com as luzes apagadas. End of Story.”
Ah, a cabeleira lhe concede direitos negados aos carecas.
Fim da história?
Não.
Ou não deveria.
Gerald Thomas deu uma formidável demonstração de desequilíbrio mental primeiro ao agredir a funcionária do programa, e depois com seu texto em que ele não se justifica, não se retrata, não se desculpa, não dá sinais remotos de humildade – mas simplesmente delira.
Não foi a única, aliás, naquela noite. Ele beijou na marra outra mulher, a atriz Paula Burlamaqui, que levou ou fingiu levar o beijo forçado na brincadeira.
O mundo tem testemunhado casos dramáticos de violência contra mulheres. Na Índia, no Rio, em toda parte.
Gerald Thomas não poderia ter emitido sinal mais claro de que é uma ameaça real à integridade das mulheres. Ele não tem controle, ele não tem limites. E ele tem a patológica força física derivada do sentimento de que pode tudo.
Especule sobre o que poderia ter acontecido se Gerald Thomas encontrasse Nicole Bahls num lugar sem testemunhas. No apartamento dele, por exemplo.
Especulou?
Não. Este não pode ser o fim da história.
Geraldo Thomas tem que ser investigado, até para ser protegido de si mesmo – mas sobretudo para proteger eventuais vítimas de sua instabilidade mental e sexual.
É mais provável que não se faça nada. Um diretor do programa reduziu o caso ao fato de “ele ser mais louco que nós”.
Mas saibamos que, não fazendo nada, não teremos o direito de alegar ‘azar’ caso algum dia uma tragédia sexual ocorra na órbita desvairada do planeta Gerald Thomas.