Como Motta reagiu após entrar na mira de Trump

Atualizado em 24 de julho de 2025 às 17:47
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Foto: Divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, indicou a aliados que não pretende transformar em embate político a possível retaliação do governo Donald Trump contra autoridades brasileiras. Mesmo sob risco de sanções como a revogação do visto americano ou a aplicação da Lei Magnitsky, ele afirmou que eventuais medidas devem ser tratadas em âmbito diplomático e comercial, sem reação pessoal ou ideológica.

A Casa Branca discute, segundo fontes ligadas ao governo republicano, a imposição de restrições a Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

As punições estariam ligadas à demora na tramitação de pautas de interesse do bolsonarismo, como a proposta de anistia a réus e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Para Trump e seus aliados, a postura de Motta e Alcolumbre seria um entrave direto aos objetivos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo diante da pressão, Hugo Motta tem sinalizado que considera legítima a soberania dos Estados Unidos para decidir sobre a concessão ou retirada de vistos. Segundo interlocutores próximos, ele acredita que respostas precipitadas só acirrariam tensões diplomáticas, prejudicando as relações comerciais entre os países.

Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Foto: Divulgação

O uso da Lei Magnitsky, mecanismo legal norte-americano voltado a punir autoridades acusadas de violar direitos humanos, está entre os instrumentos considerados por Washington. Caso aplicada, a medida pode incluir o bloqueio de bens em dólar e restrições a transações financeiras no sistema global controlado pelos EUA.

A situação levou à intensificação das pressões sobre Motta e Alcolumbre por parte da oposição. O senador Flávio Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (24) que acredita em uma mudança de postura por parte dos dois congressistas, caso as sanções se confirmem.

Ele reforçou que a aprovação da anistia seria o “caminho natural” para reparar “injustiças” cometidas contra apoiadores de Bolsonaro.

Além da proposta de anistia, outro foco de pressão é o Senado. Alcolumbre é cobrado por setores da oposição a pautar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, especialmente Alexandre de Moraes, apontado como inimigo do bolsonarismo.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.