
Integrantes da cúpula atual do Exército observam um suposto “lado positivo” no depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em sua delação com a Polícia Federal (PF), segundo a jornalista Bela Megale, do Globo.
Para os militares, os fatos relatados por Cid servem para reforçar a mensagem emitida pelos generais da ativa de que o Alto Comando, ao menos do Exército, não endossou o plano golpista.
Em sua delação, o tenente-coronel disse que Bolsonaro se reuniu com os comandos da Marinha, Aeronáutica e Exército para analisar uma minuta que abriria caminho para um golpe de Estado. O objetivo era evitar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse a presidência.

Nos corredores do Exército, havia certa apreensão. Isso porque, no fim do ano passado, membros do Palácio do Planalto solicitaram encontros frequentes com o comandante Freire Gomes.
Segundo Cid, o comando do Exército afirmou ao então presidente que não apoiaria a ideia golpistas. Por outro lado, o chefe da Marinha, o almirante Garnier Santos, teria assegurado a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para seguir suas ordens.
Os militares do Exército afirmam que esse episódio pode ter um impacto negativo na imagem das Forças Armadas, uma vez que revela que uma discussão sobre um plano golpista chegou à cúpula da instituição através do ex-presidente.