Os avanços científicos no esporte têm prejudicado a prática entre mulheres, segundo estudo inglês. Apesar da ascensão do futebol feminino em 2022, a tecnologia tem ignorado as particularidades dos corpos femininos. Um dos problemas encontrados por pesquisadoras é o design de uniformes e chuteiras, por exemplo.
Segundo artigo publicado na revista científica Sports Engineering, os itens são modelados para homens e não recebem as adaptações necessárias para o corpo feminino. “Os homens são a norma estabelecida. Eles são a norma nos esportes e na pesquisa médica”, diz Katrine Okholm Kryger, uma das autoras do estudo.
Segundo ela, faltam estudos direcionados a mulheres que mostrariam, por exemplo, que bermudas de cores claras não são essenciais a jogadoras por conta do ciclo menstrual. “É algo tão fácil de consertar. Não precisa de nenhuma engenharia; é apenas uma mudança de cor”, prossegue Katrine.
O estudo aponta que 44% das atletas sentem dores na região do peito durante a prática esportiva já que são obrigadas a usar sutiãs durante as partidas. O artigo avalia que modelos de melhor qualidade são caros e há poucos estudos para desenvolver a peça.
Outro ponto destacado pelo estudo são as chuteiras, que são modeladas para homens e podem causar lesões e deformações em mulheres. O pé feminino costuma ser menor e ter menos volume, o que gera um encaixe ruim dos calçados masculino.
As autoras do artigo apontam que o estudo tem objetivo de compartilhar “reivindicações” para o “mundo do futebol feminino” e aborda outros problemas mais básicos, como a qualidade dos gramados e as bolas usadas no esporte.