Como os principais partidos da direita reagiram à conversa de Trump e Lula

Atualizado em 7 de outubro de 2025 às 15:59
Governadores de direita com o ex-presidente: Romeu Zema, Jorginho Mello, Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Wilson Lima, Ratinho Junior e Mauro Mendes. Foto: reprodução

O telefonema realizado na segunda-feira (6) entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump gerou novo impacto político na direita brasileira, que enfrenta indefinição em relação à candidatura para 2026. Enquanto Lula recupera popularidade e avança em pautas como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda esperam definição sobre o nome a concorrer ao Palácio do Planalto.

A interlocução com Trump, marcada por elogios mútuos e pelo planejamento de um encontro presencial, também trouxe repercussão negativa para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), embora aliados minimizem o efeito.

Eduardo, que nos Estados Unidos articulou sanções econômicas contra o Brasil e se coloca como alternativa à Presidência, comentou a escolha de Marco Rubio para conduzir negociações com representantes do governo brasileiro.

“Achei ótima a escolha do presidente Trump. O secretário Marco Rubio é um latino, profundo conhecedor da América Latina. Ele conhece como ninguém as artimanhas da extrema-esquerda latina. Entende como funciona o aparelhamento do Poder Judiciário como instrumento de perseguição política. Não cairá na conversa mole do regime”, disse Eduardo à colunista do Globo Bela Megale. No entanto, as articulações de Eduardo não têm apoio da maior parte do Centrão, que busca unificação em torno de um nome da direita.

Jair Bolsonaro, Eduardo e Marco Rubio. Foto: reprodução

O cenário da oposição está dividido. Jair Bolsonaro indicou que poderia apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato à Presidência, desde que a vice fosse Michelle Bolsonaro (PL). O senador Ciro Nogueira (PP) defende que Bolsonaro já escolheu seu candidato, destacando Tarcísio e Ratinho Júnior (PSD) como os únicos viáveis.

As repercussões dentro dos partidos, segundo o Globo, foram:

Partido Liberal (PL): Abriu espaço para uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas; enfrenta pressão da ala bolsonarista e mantém tensões internas com Eduardo Bolsonaro.

Progressistas (PP): Ciro Nogueira defende a candidatura de Tarcísio e critica a fragmentação da direita; acredita que Bolsonaro já decidiu seu candidato, considerando Tarcísio e Ratinho Júnior como viáveis.

Partido Social Democrático (PSD): Kassab mantém apoio a Tarcísio, mas avalia outros nomes do partido, como Ratinho Júnior e Eduardo Leite, como alternativas ao Planalto.

Republicanos: Marcos Pereira sinalizou apoio a Tarcísio e resiste às investidas do PL para filiação do governador, buscando compensações caso perca seu principal ativo eleitoral.

Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que “esses impasses, essas divergências entre os nomes da direita, serão resolvidas em breve” e que a definição de chapa é necessária para evitar conflitos internos.

A conversa entre Lula e Trump, comemorada por aliados do governo, foi usada para ironizar o bolsonarismo, como postou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ): “Lula conversou com Trump essa manhã pelo telefone. Alguém sabe se bananinha tá bem?”, acompanhando um vídeo do parlamentar chorando.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.