Como racha entre Bolsonaro e Marçal vai além das eleições em SP

Atualizado em 9 de setembro de 2024 às 17:04
Bolsonaro e Marçal na Avenida Paulista no 7/9. Foto: reprodução

A presença de Pablo Marçal no ato bolsonarista do 7 de Setembro, na Avenida Paulista, gerou tensão entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo. O coach, que surge como figura proeminente entre os apoiadores da extrema-direita, foi visto efusivo no evento, interagindo com o público e até subindo no gradil para saudar os presentes. Depois, ele afirmou que foi barrado de subir no trio elétrico em que as principais lideranças discursavam ao lado de Bolsonaro.

Este gesto desagradou o ex-presidente, que preferia uma atenção total durante seu discurso de encerramento. Bolsonaro, ao ser questionado sobre a presença de influenciador, desconversou e afirmou ter “convidado todos os candidatos a prefeito” a subir no trio.

A situação foi exacerbada pelo pastor Silas Malafaia, organizador do evento, que criticou publicamente Marçal em um vídeo publicado nas redes sociais. O líder religioso questionou a postura do candidato em relação ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sugeriu que ele tinha “acordo” ou “medo” de tomar uma posição firme.

“Por que ele não usou sua força nas redes para convocar o povo para o 7 de Setembro?” indagou Malafaia, ressaltando a falta de apoio explícito ao impeachment do magistrado. Na sequência, Bolsonaro também atacou o postulante a líder da extrema-direita, classificando-o como “aproveitador”, “arregão” e “traidor”.

Bolsonaristas na Paulista. Foto: Allison Sales/picture alliance/Getty Images

Além das críticas diretas, circulam vídeos e mensagens questionando as intenções do influencer, especialmente entre os eleitores evangélicos. Em um vídeo antigo, mas que voltou a circular nas últimas semanas, Marçal comparou sua produção literária à do bíblico Rei Salomão, afirmando que escreveu 45 livros, enquanto Salomão escreveu “apenas três”, além de dizer que o personagem histórico “nunca voou” em um avião.

A disputa por atenção dentro da base bolsonarista vai além da eleição municipal de São Paulo. Com Bolsonaro inelegível até 2030, a corrida pela presidência em 2026 começa a se delinear. Pesquisas revelam que 75% dos bolsonaristas veem Marçal como mais alinhado a Bolsonaro do que o candidato oficial Ricardo Nunes (MDB).

Porém, a preferência para a presidência em 2026 está majoritariamente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que lidera com 50%, seguido pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (19%) e o político do PRTB com 14%. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aparece em último lugar.

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