É preciso compreender que o exercício da democracia é um processo didático e que se constrói a médio e longo prazos. Imediatistas devem fugir da vida pública. É frustração na certa.
Aos mais afoitos, o risco é cair em armadilhas. Temer, Sergio Moro e, agora, Eduardo Pazuello, personificam essa realidade.
Cada um a seu modo deu sua dose de contribuição ao país.
Temer vulgarizou a palavra jurista. Após sua passagem pela presidência, qualquer advogado de porta de cadeia pode se dizer um doutor de alto nível.
Descobriu-se que ele não passa de um golpista vulgar, que se juntou a Eduardo Cunha para esculhambar de vez o Congresso e a presidência da República.
Foi gravado negociando propina no subsolo do Alvorada. Saiu pela porta dos fundos. Foi preso.
Jogou luz na direita retrógrada e o que o cidadão enxergou é o Véio da Havan, João Doria, ACM Neto, Luciano Huck, para não dizer de Bolsonaro que esse é um acidente que deve ser analisado sob outra ótica.
A Justiça jamais será a mesma após Sergio Moro. A contribuição do ex-juiz de Maringá ao país é inestimável. Até o STF melhorou após a farsa da Lava Jato.
Gilmar Mendes pôs a mão na consciência, virou um gigante. Carmem Lúcia aproveitou o final da carreira para fazer as pazes com a história ao votar pela ilegalidade da condenação de Lula. O jovem Alexandre de Moraes vem fazendo um bom trabalho.
E agora, Pazuello.
O general que mentiu e tremeu na CPI desnudou o Exército. Revelou que os velhos de farda não são apenas golpistas. São também pangarés da pior qualidade. Despreparados, inúteis.
Enquanto isso, o país segue em frente.
O brasileiro vai tomando pé das coisas, se adaptando. Vai percebendo quem é quem no tabuleiro.
2022 está logo ali. A didática está dando o tom. Só não vê quem não quer.