Como tsunami fez a Terra tremer por 9 dias e ninguém percebeu

Atualizado em 1 de novembro de 2024 às 13:44
Fiorde Dickson antes e depois do deslizamento. Foto: Divulgação/Exército da Dinamarca

A agência espacial americana Nasa divulgou detalhes do tsunami que gerou evento sísmico que fez a terra vibrar por nove dias em setembro de 2023. O evento foi causado por um grande deslizamento de rochas e fez as águas do Fiorde Dickson, na Groenlândia, oscilarem de um lado para o outro a cada 90 segundos.

O deslizamento gerou uma onda de 200 metros no mar e o tsunami foi captado por sensores de todo o mundo. A onda ficou confinada no fiorde, um rio entre montanhas, e se moveu para frente e para trás durante os nove dias.

O fenômeno foi registrado pelo satélite SWOT, missão conjunta da Nasa com o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), que mede o nível da água em superfícies de oceanos lagos e rios. A imagem do evento, divulgada nesta sexta (1º), mostra uma diferença de elevação, com as áreas mais altas destacadas em cores claras e as mais baixas representadas pelas mais escuras.

O satélite apontou que o nível da água no lado norte do fiorde chegou a ficar até 1,2 metros mais alto que a parte sul. O sinal sísmico gerado foi detectado em diversas estações científicas e especialistas inicialmente suspeitaram de falhas nos equipamentos ou no surgimento de um novo vulcão.

Satélites da Nasa mostram níveis mais altos de água no lado norte do Fiorde Dickson, na Groenlândia. Foto: Divulgação

Apesar do tsunami gerar uma onda de 200 metros, o evento passou despercebido por boa parte do mundo. O fenômeno geralmente é causado por terremotos subterrâneos e costuma se dissipar no mar aberto em questão de horas.

No caso do megatusnami no Fiorde Dickson, o caso ocorreu a cerca de 200km de distância do mar aberto e a onda não conseguiu dissipar sua energia.

Deslizamentos do tipo têm ocorrido com frequência na Groenlândia, por conta das mudanças climáticas, e cientistas chegaram a achar que o evento seria a formação de um novo vulcão ou um “objeto sísmico não identificado”.

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