Como um dos bairros mais violentos de São Paulo está formando campeões de natação

Atualizado em 18 de agosto de 2014 às 15:40

 

O Capão Redondo é um dos bairros mais violentos de São Paulo. Há tempos coleciona recordes em números de homicídios dolosos, latrocínios, sequestros etc.

Em 2010, um grupo resolveu tentar dar uma chance à crianças do lugar. Três pessoas fundaram a Associação Esportiva Talentos do Capão: Ana Cristina da Costa Fernandes, professora de Educação Física, André Petrozziello e Valdeci Pereira Gomes, maitre do restaurante Ici Bistro.

O trio resolveu jogar as crianças na água. Inicialmente, eram treze, que treinavam na represa de Guarapiranga, já que não havia piscina disponível.

Pouco tempo depois, começaram a surgir os frutos. Deram braçadas na maior piscina do mundo, no Chile. Em 2010, eles formaram três campeões Estaduais no Circuito Paulista de Maratonas Aquáticas. Em 2011, mais seis.

Atualmente, 75 meninos e meninas entre 8 e 17 anos são atendidas. Alé de nadar, eles têm aulas de balé, jiu-jitsu e futebol. Fazem coleta e reciclagem de latas de óleo.

Hoje, treinam no CEU do Capão Redondo e, aos sábado, vão à represa. Não têm apoio de nenhum órgão do governo e nem patrocínio fixo. Vivem de doações.

A fotógrafa paulista Marcella Haddad, formada em fotojornalismo e pós-graduada na Universidade de Cardiff, País de Gales, tem um trabalho focado na relação do homem com a água que batizou de “H2O”.

Marcela mora na Inglaterra há mais de 20 anos e teve suas obras exibidas em galerias como a Ruppert Gallery (Londres) e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Ela retratou os talentos do Capão em seu elemento: a água.