Como Zanin virou “esperança” de bolsonaristas em julgamento no STF

Atualizado em 4 de setembro de 2025 às 8:41
Cristiano Zanin, ministro do STF – Foto: Reprodução

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-advogado do presidente Lula (PT), passou a ser visto como a “esperança” para parlamentares bolsonaristas no julgamento da trama golpista. O processo acusa Jair Bolsonaro (PL) e outros réus acusados de participação na tentativa de golpe de Estado.

Aliados do ex-presidente não acreditam em absolvição, mas apostam que Zanin pode atuar de forma decisiva para reduzir o tempo de pena, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Nesse cálculo político, ele aparece ao lado de Luiz Fux, que já demonstrou inclinação a aplicar punições mais brandas em parte dos processos envolvendo os atos de 8 de janeiro.

A principal justificativa dos bolsonaristas para acreditar em um voto menos rigoroso de Zanin é o fato de ele ter sido o primeiro ministro a divergir de Alexandre de Moraes em casos relacionados aos ataques. Na ocasião, propôs condenações mais leves do que as sugeridas pelo relator.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Outro fator citado é sua trajetória profissional antes de chegar ao STF.

Zanin ganhou notoriedade por defender o presidente Lula durante a Operação Lava Jato e, por isso, é visto por alguns como menos punitivista do que outros magistrados da Corte. Essa interpretação gera expectativa de que, no julgamento de Bolsonaro, seu posicionamento possa influenciar em um resultado menos severo.

O temor entre bolsonaristas é que o ex-presidente receba a pena máxima prevista, que pode chegar a 43 anos de prisão. Ele responde por cinco acusações: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.