Condenado por golpismo pelo STF, Ramagem é visto em resort de luxo nos EUA

Atualizado em 19 de novembro de 2025 às 18:58
Alexandre Ramagem e sua esposa flagrados em condomínio de luxo nos EUA. Foto: PlatôBR

Condenado no julgamento da tentativa de golpe, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi localizado em Miami, nos Estados Unidos. O parlamentar está hospedado no condomínio de luxo Solé Mia, em North Miami, para onde foi com a família enquanto aguarda a definição sobre o início do cumprimento de sua pena. Com informações do Guilherme Amado, no PlatôBR.

Ramagem deixou o Brasil após pedir licença médica à Câmara dos Deputados em setembro. A licença, renovada em outubro, segue válida até 12 de dezembro. A reportagem registrou o deputado circulando pelo complexo ao lado da esposa, Rebeca Ramagem, vestindo roupas esportivas e se dirigindo à academia do condomínio.

O local onde Ramagem está hospedado possui lago artificial, áreas esportivas, trilhas, estúdio de ioga, quadras e infraestrutura considerada de alto padrão. Apartamentos simples chegam a custar cerca de R$ 2 mil por diária. A região abriga famílias de alto poder aquisitivo, incluindo brasileiros que residem ou passam temporadas na Flórida.

A ida de Ramagem aos Estados Unidos ocorre após o Supremo Tribunal Federal rejeitar os recursos apresentados por ele e por outros condenados pela trama golpista do final de 2022. O STF determinou pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, inicialmente em regime fechado, além da perda do mandato e do cargo de delegado da Polícia Federal.

A condenação considerou documentos apreendidos com o deputado que tratavam de ataques ao sistema eleitoral e instruções relacionadas ao uso da AGU durante a gestão Bolsonaro. Segundo a acusação, esses materiais embasaram estratégias que sustentavam tentativas de deslegitimar as urnas eletrônicas e o próprio processo democrático.

A denúncia também atribuiu a Ramagem a condução da estrutura conhecida como “Abin paralela”, que funcionava durante o governo Bolsonaro com ações voltadas à disseminação de conteúdos falsos e ao monitoramento de adversários políticos por meio de ferramentas de localização em tempo real. No processo, Alexandre de Moraes determinou a entrega dos passaportes dos condenados, mas não há registro público de devolução que permita confirmar se Ramagem poderia ter deixado o país legalmente.