ConecteSUS: Golpista inclui certificado falso de vacina contra Covid no sistema do Ministério da Saúde

Atualizado em 13 de março de 2023 às 11:25
Golpista frauda o ConecteSUS – Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

Um golpista fraudou o sistema que abastece o aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, e incluiu dados falsos de vacinas contra a Covid. Ele promete adicionar aos dados da pasta falsos comprovantes de aplicação de doses do imunizante.

A coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, manteve contato via Telegram com o usuário @Livredevacinas. No chat, o golpista se identificava apenas como “Araújo” e, em um tom negacionista, classificava os imunizantes como “venenos”.

“Você escolhe a quantidade de doses e lanço com data retroativa. O pagamento só é feito após você conferir no seu ConecteSUS as doses e o certificado de vacinação”, explicou o golpista. Logo em seguida, ele deu instruções para os próximos passos.

Contato via Telegram com o usuário @Livredevacinas – Foto: Reprodução/Metrópoles

“Funciona dessa forma: você escolhe a quantidade de doses, escolhe o veneno entre Pfizer ou Coronavac ou AstraZeneca. Assim que eu lançar no sistema do SUS, falo para você checar. Lanço com data retroativa e respeitando o espaçamento entre as doses.”

“O pagamento só é feito após você conferir no seu ConecteSUS as doses e o certificado de vacinação! Não precisa enviar nenhum documento, somente seu CPF ou CNS [Cartão Nacional de Saúde]! Vamos descartar vacinas reais, é como se você realmente tivesse tomado veneno!”

Contato via Telegram com o usuário @Livredevacinas – Foto: Reprodução/Metrópoles

 

O golpista também pediu um print da tela do aplicativo na seção “Perfil”, que traz nome, CPF, o Cartão Nacional de Saúde (CNS) e a data de nascimento. O valor do “serviço” foi fixado por ele em R$ 300. Sete minutos após o envio dos dados, a fraude estava completa.

Em seguida, o interlocutor começou a cobrar os R$ 300 e enviou uma chave Pix, cadastrada no banco Itaú Unibanco em nome de Maria Eduarda Rodrigues. Ela não foi localizada, no entanto, a conta foi aberta há cerca de um ano. O pagamento pelo “serviço” não foi efetuado.

A coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, registrou a ocorrência do esquema criminoso na Polícia Civil do Distrito Federal, que encaminhou o documento à Polícia Federal (PF). O Itaú Unibanco afirmou ter encerrado a conta após ser comunicado do esquema criminoso. Já o Ministério da Saúde ressaltou que abrirá uma apuração sobre o caso.

Confira o antes e depois da realização da fraude no aplicativo do ConecteSUS:

Aplicativo ConecteSUS antes da fraude – Foto: Reprodução/Metrópoles
Aplicativo ConecteSUS depois da fraude – Foto: Reprodução/Metrópoles
Aplicativo ConecteSUS antes da fraude – Foto: Reprodução/Metrópoles
Aplicativo ConecteSUS antes da fraude – Foto: Reprodução/Metrópoles
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