
O Congresso Nacional rejeitou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores econômicos até 2027.
Com uma expressiva maioria de 60 senadores e 378 deputados contrários ao veto, o resultado representou uma derrota para o governo, que contava com apenas 13 senadores e 78 deputados a favor da manutenção do veto.
Desoneração da folha e impacto nos empregos
A desoneração da folha é um benefício fiscal concedido a empresas com alta empregabilidade no país, sustentando-se na crença de que essa medida estimula a geração de empregos.
Instituída durante o governo de Dilma Rousseff (PT), essa política permite que as empresas paguem alíquotas reduzidas, entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta, ao invés dos tradicionais 20% sobre a folha de pagamentos.
Divisão de opiniões
Especialistas dividem opiniões sobre a eficácia da desoneração na criação de empregos. Enquanto alguns acreditam que ela incentiva a empregabilidade, um estudo do pesquisador Marcos Hecksher, do Ipea, sugere que as empresas beneficiadas não estão entre as que mais empregam no Brasil.
Tentativas de alternativas
A derrubada do veto de Lula representa uma perda de cerca de 20 bilhões de reais para o governo, que busca equilibrar as contas públicas visando atingir o déficit zero em 2024.
Em resposta, o governo buscou alternativas, mas as negociações não foram bem-sucedidas. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), anunciou a apresentação de uma nova proposta ainda este ano, mas as perspectivas de acordo não se concretizaram.

Desafios à vista: Possível judicialização e futuras discussões
Em meio a esse cenário, o governo planeja argumentar que a desoneração é inconstitucional, alegando conflito com as regras estabelecidas na reforma da Previdência.
Esta estratégia pode levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal, conforme admitiu o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicando que o tema pode enfrentar avaliações jurídicas mais profundas, tanto no Congresso quanto no próprio STF.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link