Congresso descarta avanço do pedido de impeachment de Lula por críticas a Israel

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024 às 18:28
Presidente Lula durante discurso. Foto: Divulgação

A crise entre Lula e Israel agita a política brasileira, com a oposição se mobilizando para um pedido de impeachment contra o presidente. O confronto começou quando Lula comparou a ofensiva de Israel em Gaza ao extermínio de judeus por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, causando indignação e reações imediatas.

Os bolsonaristas da Câmara, especialmente a bancada do PL, prometem protocolar o 18º pedido de impeachment de Lula desde 2023, sendo o segundo relacionado ao caso de Israel. Este movimento é liderado pela deputada Carla Zambelli, que espera contar com mais de 100 assinaturas.

Zambelli já havia submetido um pedido de impeachment contra Lula em fevereiro de 2023, apenas dois meses após o início do mandato. Naquela ocasião, ela e o deputado Coronel Meira (PL-PE) argumentaram que a compra de móveis de luxo pelo governo, sem licitação, para o Palácio do Planalto, justificava a destituição do presidente.

Arthur Lira ao lado do presidente Lula. Foto: Divulgação

Arthur Lira, presidente da Câmara, é responsável por analisar esses pedidos e decidir se serão encaminhados para análise. Até o momento, outros dois pedidos de impeachment foram arquivados, enquanto outros permanecem em análise.

Os dois pedidos arquivados foram submetidos pelos deputados bolsonaristas Sanderson (PL-RS) e Evair Melo (PP-ES) em janeiro de 2023. Ambos solicitaram a remoção do presidente devido às declarações feitas durante sua visita à Argentina, nas quais ele afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 foi um golpe de Estado.

Lira não possui um prazo definido para examinar esses pedidos, podendo mantê-los em espera por tempo indeterminado. Se os pedidos forem arquivados, existe a possibilidade de recurso ao plenário.

Se o processo avançar, o mérito da denúncia será avaliado por uma comissão especial e posteriormente pelo plenário da Câmara. Para que o Senado possa iniciar um processo de impeachment, é necessário o voto favorável de pelo menos 342 dos 513 deputados.

Embora conte com uma ampla maioria formal de apoio, Lula enfrenta turbulências em sua relação com o Centrão, cujo controle está nas mãos de Lira. Atualmente, o foco desse grupo político está na disputa por emendas parlamentares e recursos adicionais para a saúde.