Conheça a D-Edge, casa de música eletrônica onde Baby do Brasil defendeu estupradores

Atualizado em 12 de março de 2025 às 11:44
Baby do Brasil defende estupradores durante culto na casa de shows D-Edge, em São Paulo. Foto: Reprodução

A cantora e pastora Baby do Brasil, de 72 anos, causou repulsa ao defender estupradores durante um culto na casa de shows D-Edge, famosa balada de música eletrônica na Barra Funda, em São Paulo, na noite da última segunda-feira (10).

A tradicional pista da D-Edge foi transformada em um auditório improvisado, com dezenas de cadeiras voltadas para um palco onde Baby fez suas declarações absurdas. A cantora pediu que as vítimas de abusos sexuais perdoassem seus agressores, mesmo que fossem membros da própria família.

“Perdoa tudo que você tiver de ruim no seu coração, aqui, hoje, nesse lugar, perdoa! Se teve abuso sexual, perdoa! Se foi da família, perdoa!”, disse a cantora.

O culto, intitulado “Frequência com Deus”, idealizado pelo DJ e proprietário da boate, Renato Ratier, atraiu dezenas de pessoas à casa de shows. O público, no entanto, era formado, em sua maioria, por pessoas brancas entre 30 e 40 anos, vestindo desde camisetas e tênis até roupas mais ousadas e sofisticadas.

A D-Edge, palco da “noitada da fé”

Fundada em 2003, a D-Edge já foi reconhecida por publicações nacionais e internacionais, como a revista britânica DJ Mag, que a incluiu entre os melhores clubes do mundo.

Durante as festas, o ambiente da casa se destaca pela iluminação de LED, que, combinada ao sistema de som, cria uma estética futurista.

O clube conta com duas pistas de dança, um terraço e um lounge. Nos anos 2010, sediava a festa “On The Rocks” às segundas-feiras. Atualmente, funciona de quinta a domingo, focado exclusivamente na música eletrônica e em suas vertentes, como house e techno.

Ao longo dos anos, a D-Edge recebeu artistas renomados do cenário eletrônico, como Mochakk, Tiga e Jeff Mills, além de outros nomes que, apesar de menos conhecidos pelo público geral, são referências no gênero.

No evento religioso desta semana, Ratier vestia uma camiseta preta com a palavra “Aleluia” estampada nas costas e explicou por que decidiu transformar a boate em um espaço de culto. Ele destacou que o local estava aberto para receber pessoas de diferentes religiões, conforme informações do G1.

“O culto é para falar sobre o nosso amor e fé. Não é para falar sobre outras religiões, não julgamos outras religiões”, afirmou.

Essa, no entanto, não foi sua primeira iniciativa do tipo. Em fevereiro, o DJ promoveu um ato religioso dentro do festival de música eletrônica “Surreal Park”, em Camboriú (SC), no mesmo espaço em que aconteceu um DJ set.

A D-Edge também já foi alvo de protestos. Em 2017, Ratier se posicionou contra festas de rua em São Paulo, como a “Mamba Negra”, um dos coletivos mais importantes da noite paulistana. Ele acionou a Prefeitura para que passasse a exigir alvará de funcionamento para eventos desse tipo, geralmente realizados em galpões.

Na época, a gestão municipal impediu a realização de uma edição da Mamba Negra e lacrou o espaço onde a festa aconteceria. Como resposta, o coletivo se uniu a outros grupos e organizou, via Facebook, uma manifestação em frente à D-Edge.

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