Em Porto Alegre, dois outdoors colocados em laterais de prédios chamaram a atenção na última quinta-feira (11) por fazerem propaganda ideológica de direita, associando uma falsa oposição de ideias entre uma bandeira do Brasil e o símbolo do comunismo, a foice e o martelo.
Além disso, aparecem frases comumente vistas em fake news ou sendo utilizadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo também uma propaganda deliberada para as manifestações de 7 de setembro.
De acordo com reportagem do Brasil de Fato, o síndico de um dos prédios onde está localizada a propaganda informou que não tinha acordo algum com a empresa, chamada Life, que colocou o outdoor. Ele chegou a entrar em contato com a companhia, que disse que não retiraria a propaganda.
Essa empresa é uma agência de publicidade que aluga espaços em prédios e outros locais da capital gaúcha. A Life paga um valor para o edifício para a propaganda, e ele não tem relação alguma com as campanhas expostas ali. No site da empresa, é possível ver o anúncio dos dois locais em questão:
O síndico ainda revelou que estava inconformado com a atitude da empresa, já que até o momento, o espaço somente havia sido usado para a exposição comercial, de lojas e produtos.
A Life disse que “não havia identificado que a propagando era de cunho político-partidário ou ideológico”, e que caso o prédio quisesse retirar o anúncio, teria que pagar por isso, assim como aquele que contratou a publicidade.
Na segunda, 15, a Justiça mandou retirar os painés.
O empresário Leonardo Zigon Hoffmann, CEO da Life, afirmou que o anunciante, cujo nome não foi revelado, já aquiesceu.
“Diante do pedido do síndico, alegando que a exibição está criando problemas para o condomínio e para os moradores, a Life decidiu retirar. Só precisa que pare de chover e esteja sem vento para o alpinista que nos presta serviços fazer isso”, diz Hoffmann.
O MP afirma que foi cumprido um mandado de averiguação para que a empresa responsável pelos banners forneça os contratos, os nomes das pessoas que contrataram e as notas fiscais dos pagamentos dos serviços. O órgão aguarda uma decisão da Justiça Eleitoral.