Foto: VINCENT BOSSON/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está determinado a dar um novo tom à comemoração do 7 de Setembro, buscando desvincular a data da imagem de Jair Bolsonaro (PL) e quebrar a associação entre símbolos nacionais e o apoio ao ex-presidente. Nos anos anteriores, Bolsonaro utilizou a celebração para convocar seus apoiadores a exibir símbolos como camisetas e bandeiras verdes e amarelas, muitas vezes com alusões à sua campanha presidencial.
Com o slogan “Democracia, soberania e união”, a celebração do Dia da Independência do Brasil está programada para começar às 9h em Brasília. O tradicional desfile na Esplanada dos Ministérios foi dividido em quatro eixos: “Paz e Soberania”, “Ciência e Tecnologia”, “Saúde e Vacinação” e “Defesa da Amazônia”.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, destacou que o objetivo principal da celebração é promover a união das pessoas. “Exaltar esses símbolos nacionais é fundamental para reavivar o que está na Constituição brasileira”, disse.
Com uma duração prevista de duas horas, o evento contará com a execução do Hino Nacional, a passagem das tropas das Forças Armadas, um show aéreo da Esquadrilha da Fumaça e desfiles de escolas, bombeiros e bandas. A expectativa é que cerca de 30 mil pessoas compareçam à celebração.
Segundo o Estadão, o governo Lula já investiu R$ 3 milhões na contratação da empresa responsável pela montagem e organização do desfile deste 7 de Setembro, representando mais que o dobro do gasto pelo ex-presidente em seu primeiro ano de mandato. A empresa vencedora da licitação é a mesma que realizou o primeiro desfile cívico-militar de Bolsonaro em 2019, e desta vez ela receberá R$ 1,8 milhão a mais do que na ocasião anterior.
Os dois últimos feriados do 7 de setembro da gestão Bolsonaro foram marcados por intensos confrontos políticos, com o ex-presidente desafiando as instituições democráticas. Em 2022, a celebração coincidiu com o bicentenário da Independência, sendo intensamente politizada durante a disputa eleitoral. O tom adotado pelo líder da extrema-direita o levou a ser investigado sobre possível abuso de poder econômico e político por parte na organização do evento, que também foi acusado de ter motivações eleitorais em seu discurso.
Bolsonaro também convocou os eleitores a participarem dos atos do Dia da Independência vestindo verde e amarelo como demonstração de apoio ao seu governo. A celebração do 7 de Setembro tornou-se fortemente associada ao bolsonarismo, principalmente após um discurso do ex-presidente atacando o Poder Judiciário em 2021, no qual chamou um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de “canalha” e recusou-se a obedecer suas determinações.
Confira a programação do 7 de Setembro de 2023:
- Abertura: a Fanfarra do 1º Regimento da Cavalaria de Guardas e o coral dos alunos do Colégio Militar de Brasília executarão o
- Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Independência;
- Início do desfile: o Comandante militar do Planalto, general de Divisão Ricardo Piai Carmona, apresentará a tropa ao presidente Lula e pedirá autorização para dar início ao desfile;
- Fogo simbólico da Pátria: o medalhista de ouro no boxe nas Olimpíadas de Tóquio-2020, o 3º sargento Hebert Conceição, conduzirá o fogo simbólico;
- Desfile: mais de 500 alunos de escolas públicas e projetos sociais do Distrito Federal passarão pela Esplanada dos Ministérios, seguidos por cerca de 2.000 militares com veículos e tropas;
- Show aéreo: a Esquadrilha da Fumaça realizará uma emocionante apresentação nos céus de Brasília.