O vereador Chagas Bola (União Brasil) foi o único a votar contra a cassação de Gabriel Monteiro, junto do próprio alvo do processo. O placar da votação foi de 48 a 2, com uma abstenção (de Carlos Bolsonaro). Era necessário que 2/3 da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro (34 parlamentares) votasse a favor para que o mandato do youtuber fosse cassado.
O amigo de Monteiro é um sargento da PM. Seu nome é Luiz Carlos Chagas de Souza Junior e ele é próximo de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.
Segundo o jornalista Guilherme Amado, a apuração sobre a rede de policiais militares que protegeu Fabrício Queiroz e sua família enquanto ele estava em Atibaia chegou ao nome do vereador. Ele ajudava Felipe, filho do ex-chefe de gabinete de Flávio, a garantir o sustento da família.
“Não estou ajudando o Felipe a pedido do Flávio Bolsonaro. Sou amigo do Flávio, tenho carinho por ele, mas foi o Queiroz que me escreveu pelo Instagram em março deste ano e pediu para eu arrumar um emprego para o Felipe aqui na empresa. Recebi o menino, estou ajudando. Vou encontrar a melhor posição para ele aqui na empresa”, disse ele ao jornalista em 2020.
Antes de ser eleito vereador em 2020, Chagas tentou disputar pelo mesmo cargo em 2016, mas fracassou. Dois anos depois, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados, mas ficou como suplente pelo PSL do Rio de Janeiro.
O vereador é dono de uma empresa de segurança privada, o Grupo Lewis, há dez anos. Um cartão de visita com o nome da empresa foi apreendido com Queiroz no momento de sua prisão.
Durante todo o processo contra Monteiro, o vereador o defendeu na Câmara do Rio. No início deste mês, ele comemorou seu aniversário ao lado de Monteiro e apareceu em uma foto nas redes juntos de outros parlamentares: Marcelo Diniz (SDD), Doutor Gilberto (Pode) e Marcelo Arar (PTB). Veja:
