Eliene Aparecida Brito, de 34 anos, está sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por suspeita de envolvimento em um caso de estelionato amoroso, no qual teria “embolsado” cerca de R$ 300 mil de seu “namorado”, um aposentado da Câmara dos Deputados de 84 anos.
A família do idoso registrou um boletim de ocorrência contra Eliene, que foi encaminhado à Decrin, uma delegacia especializada em crimes contra pessoas idosas. A informação foi divulgada pela coluna Grande Angular, do Metrópoles.
A situação tomou um novo rumo quando a 2ª Vara de Família de Águas Claras autorizou a interdição do aposentado a pedido de seus três filhos, após ele realizar transferências totalizando R$ 190 mil para uma adolescente de 16 anos, que é filha de Eliene.
A interdição ocorreu com base em um atestado médico psiquiátrico que indicava que o idoso sofria de transtorno de personalidade paranoide e transtorno neurocognitivo maior ou demência.
A decisão da interdição implica que qualquer ato relacionado ao patrimônio do idoso agora requer o consentimento de um de seus herdeiros, com o apoio do Ministério Público. Além das transferências para a filha de Eliene, o aposentado também fez três empréstimos bancários para ela em diferentes ocasiões, realizando saques significativos em dinheiro, que teriam sido entregues a Eliene.
Adicionalmente, foram identificadas transferências via Pix no valor de R$ 90 mil feitas da conta do idoso em favor de dois homens supostamente associados a Eliene.
O relacionamento entre o idoso e Eliene começou em janeiro de 2023, quando se conheceram em um shopping em Brasília. Eliene se apresentou como cabeleireira, e no mês seguinte, ela começou a receber dinheiro do idoso.
O caso veio à tona quando o idoso, em junho, procurou a advogada Viviane Penha, alegando não reconhecer algumas transações em sua conta. “Ao analisar os extratos, localizei mais de R$ 150 mil de transferências para a filha da criminosa. Ao total, acreditamos que o idoso tenha tido mais de R$ 300 mil de prejuízo”, afirmou Viviane.
A advogada relatou que, desde o início do relacionamento com Eliene, o idoso, que anteriormente tinha controle financeiro, fez empréstimos e sua aposentadoria líquida de R$ 17 mil caiu para R$ 10 mil.
“Os familiares devem ter cuidado com as pessoas idosas, especialmente em relação às pessoas que frequentam a casa. É preciso sempre analisar e fiscalizar as contas bancárias dos idosos como um meio de se evitar golpes como esse”, alertou Viviane.
Além disso, Eliene já foi apontada como autora de dois furtos registrados na PCDF, um em 2010 e outro em 2013, relacionados ao furto de dinheiro e peças de roupas de uma loja de departamentos.