
A Colômbia terá pela primeira vez uma mulher e uma pessoa negra na Vice-Presidência. A ativista em defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, a advogada Francia Márquez, 40, que surpreendeu nas primárias da coalizão de esquerda Pacto Histórico, foi eleita neste domingo (19) na chapa de Gustavo Petro, o próximo presidente do país.
Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda a ser escolhido pelos colombianos ao vencer o candidato Rodolfo Hernández. Com 99,6% das urnas apuradas, o candidato do Pacto Histórico tem 11.248.779 votos, que representam 50,48% dos votos superando a extrema-direita de Rodolfo Hernández, que recebeu 47,26%, ou 10.532.578 dos votos.
Quem é Francia Márquez?
A nova vice, que nasceu em Suárez, no Vale do Cauca, e ficou conhecida pela luta contra a mineração ilegal, tem o apoio de boa parte do eleitorado jovem. Protagonistas das manifestações de 2019 e 2021, eles reivindicavam mais postos de trabalho, maior inclusão social e mais acesso a educação e saúde de melhor qualidade, além de protestarem contra o aumento de impostos e o atual presidente, Iván Duque.
Em 2014, como presidente da Associação de Mulheres Afrodescendentes de Yolombó, ela organizou a “Mobilização das mulheres negras pelo cuidado da vida e dos territórios ancestrais”, movimento que reuniu pessoas do norte de Cauca e avançou até Bogotá (capital) para exigir seus direitos.
Francia foi a líder de um movimento popular contra a exploração mineral na região, luta que concedeu a ela o reconhecimento com o prêmio Goldman, considerado o “Nobel do Meio Ambiente”, em 2018. Em 2021, antes de apresentar a pré-candidatura à presidência da república foi líder do comitê nacional de paz, reconciliação e convivência do Conselho Nacional de Paz.
Depois de passar mais de 10 anos trabalhando em movimentos sociais, Francia havia lançado sua pré-candidatura à presidência da Colômbia em 2021. Entretanto, com o avanço da campanha, ela passou a ser parte da chapa de Gustavo Petro, candidato da esquerda.
Mulher de 40 anos, formada pela Universidade Santiago de Cali em direito, Francia é mãe solo de dois filhos e tem uma história de vida muito ligada ao ativismo social. Quando jovem, ela trabalhou como garimpeira de ouro e como empregada doméstica, função que exerceu para pagar seus estudos.
Quando maior de idade, liderou movimentos contra a expansão da mineração na região e foi crescendo dentro do cenário político colombiano. Durante a campanha, ela prometeu, se eleita, ajudar na criação e manutenção de direitos para mulheres, negros, indígenas, camponeses e para a população LGBTQIA+.
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