O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela atualizou os resultados da eleição presidencial, reafirmando nesta sexta-feira (2), a vitória de Nicolás Maduro, que foi reeleito para um novo mandato de seis anos. A contagem dos votos, que havia sido interrompida no domingo (28), foi concluída com 96,87% das urnas apuradas, conforme relatou o CNE.
Os resultados oficiais apontam que Maduro obteve 51,95% dos votos (6.408.844 votos), enquanto o candidato da oposição, Edmundo González, conquistou 43,18% (5.326.104 votos). A participação do eleitorado foi de 59,97%.
Entretanto, a ausência de apresentação das atas, que são os boletins de urna detalhando os resultados, tem sido alvo de críticas e cobranças de autoridades e países, incluindo o Brasil. Diversos líderes e nações questionam a transparência do processo eleitoral.
A oposição venezuelana, por sua vez, afirma possuir contagens paralelas que indicam a vitória de González. Baseados nessas contagens, países como Estados Unidos, Argentina e Uruguai declararam publicamente que o candidato opositor foi o verdadeiro vencedor da eleição.
O Centro Carter, ONG que acompanhou o pleito com observadores internacionais, declarou no início da semana que a eleição de domingo “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática”. Além disso, a organização ressaltou que a autoridade eleitoral “demonstrou claro viés” em favor do atual presidente venezuelano.
“Todos podemos confirmar, sem qualquer dúvida, que o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González”, disse Diana Mondino, ministra de Relações Exteriores da Argentina, ao alinhar-se com a declaração do chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken.
O governo uruguaio, liderado por Luis Alberto Lacalle Pou, também reconheceu a vitória de González. O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, escreveu nas redes sociais: “Em função da evidência contundente, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela. Esperamos que a vontade do povo venezuelano seja respeitada”.