“Constrangimento para as Forças Armadas”, diz Múcio sobre prisão de Braga Netto

Atualizado em 17 de dezembro de 2024 às 18:00
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa do governo Lula. Foto: Fátima Meira/Estadão

Nesta terça-feira (17), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, conversou com o presidente Lula (PT) sobre a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa de Jair Bolsonaro (PL). Múcio classificou a detenção como um “constrangimento” para as Forças Armadas, mas destacou que a corporação compreende a necessidade de apuração dos fatos.

“Eu falei pro presidente que o Braga Netto não é problema nosso, mas da Justiça. É um constrangimento para as Forças Armadas, mas os militares entendem a situação. O presidente disse que as investigações precisam ser feitas, e a gente concorda”, afirmou o ministro à coluna de Bela Megale, do Globo.

O ministro também informou que o presidente quis saber sobre o clima entre os militares após a prisão do general.

Além da situação envolvendo Braga Netto, outros temas foram abordados no encontro, como a aposentadoria dos militares incluída no pacote de cortes de gastos e a PEC que exige a ida à reserva de militares que pretendem disputar cargos eletivos.

A prisão de Braga Netto foi determinada no último sábado (14) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O general é investigado por supostamente tentar interferir nas apurações sobre uma trama golpista. Ele pode responder por crimes que somam penas de até 41 anos e 4 meses de prisão.

Entre as acusações estão obstrução de Justiça (pena de 3 a 8 anos, com possibilidade de multa), associação criminosa (pena de 3 a 8 anos, acrescida de até 5 anos por envolvimento de funcionário público), abolição do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos) e tentativa de depor o poder constituído por violência ou grave ameaça (pena de 4 a 12 anos).

O general Walter Braga Netto foi preso no último sábado (14) em Copacabana (RJ). Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo a decisão de Moraes, o general tentou obter informações sobre o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio do general Mauro César Lourena Cid, pai do delator. Documentos apreendidos no escritório do PL, partido de Bolsonaro, reforçam as acusações, incluindo um roteiro de perguntas e respostas sobre a delação.

A Polícia Federal solicitou a prisão preventiva de Braga Netto ao alegar que ele vinha, desde agosto de 2023, interferindo nas investigações. A corporação argumenta que sua liberdade representava “um risco considerável de reiteração das ações ilícitas”. Para Moraes, a detenção é fundamental para preservar a ordem pública e o andamento das apurações.

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