A empresa de ônibus Transwolff, acusada de lavar dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital), tem feito pagamentos mensais à construtora do vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal de São Paulo. A companhia faz o pagamento de R$ 812 mil por mês por um conjunto industrial e um terreno na zona sul de São Paulo.
Os espaços são da propriedade da Neumax, empresa de Milton Leite e de seus filhos, o deputado estadual Milton Leite Filho (União) e o deputado federal Alexandre Leite (União-SP). O valor pago é quase três vezes maior que o preço de mercado dos terrenos.
Segundo o portal UOL, o próprio presidente da Câmara de SP assinou o contrato de aluguel com o dono da Transwolff, Luiz Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora” e acusado de ser membro do PCC. No total, foram transferidos cerca de R$ 20 milhões à construtora.
O vereador sempre negou manter negócios com a Transwolff e o assunto é analisado pelo Ministério Público de São Paulo. Leite é investigado na Operação Fim da Linha, promovida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que apura a infiltração de membros da facção no sistema de transporte do ônibus na capital paulista.
Leite afirma que o contrato com a Transwolff “nunca teve validade”, que o serviço contratado nunca ocorreu e que o valor pago à Neumax é inferior ao citado no documento.
Um relatório de auditoria independente das contas da Transwolff apontou a Neumax como um dos “principais fornecedores entre 2001 e 2022, recebendo cerca de R$ 2 milhões de Pandora, que chegou a ser preso pela operação, mas foi liberado em junho deste ano por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
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