A preocupação mundial com a passagem da delegação de Bolsonaro pela ONU (Organização Mundial da Saúde) aumentou depois dos resultados positivos para o coronavírus de membros da delegação de Jair Bolsonaro, observam jornais europeus nesta sexta-feira.
“Filho de Bolsonaro dá positivo para Covid e acende alerta mundial”, diz reportagem do jornal espanhol El Mundo.
“O filho do mandatário se soma a um diplomata e ao ministro da Saúde, que participou de eventos com diversas autoridades, como o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, e a ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, hoje alta comissária da ONU para os Direitos Humanos”, explica.
“Em Nova Iorque, o positivo de Queiroga, que permanece em quarentena na cidade, acendeu alertas da comunidade internacional”, relata.
Na reportagem “Brasil alvo de críticas na cimeira da ONU”, o jornal português Sol observa uma preocupação mais profunda em relação ao papel do Brasil.
“Entre a desinformação e casos positivos de covid-19, a comitiva brasileira na primeira cimeira das ONU presencial desde o início da pandemia está a ser condenada”, afirma a publicação assinada por Hugo Geada.
“Perante os avisos do secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova Iorque, durante a primeira cimeira das Nações Unidas em pessoa desde o início da pandemia, da «doença contagiosa» que é a desconfiança gerada pela desinformação que geram desconfiança na população, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, presente no evento, distorceu dados sobre a pandemia e a corrupção”, afirma.
“Para além de partilhar esta desinformação, a delegação brasileira, composta por cerca de 50 pessoas, ainda gerou um mal-estar na cimeira depois de terem sido registados pelo menos dois casos positivos de covid-19 entre esta comitiva e Bolsonaro ter admitido não se ter vacinado”, relata.
“O comportamento da delegação brasileira gerou críticas por parte da comunidade internacional que receiam contrair o vírus. ‘Precisamos de enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, principalmente a Bolsonaro, do Brasil, que se quiser vir para cá, precisa de estar vacinado’, declarou publicamente o Presidente de Nova Iorque, Bill de Blasio, na segunda-feira”, observa.