Continente único e sem humanos: conheça os efeitos do superaquecimento global na Terra

Atualizado em 26 de setembro de 2023 às 19:29
Grécia, um dos países que mais sofre com o calor. Petros Giannakouris/AP

No cenário de um futuro remoto, aproximadamente 250 milhões de anos a partir de agora, os mamíferos terrestres, incluindo os seres humanos, enfrentarão uma ameaça existencial devido ao calor extremo. Nesse período, todos os continentes terrestres deverão se fundir novamente, formando um supercontinente conhecido como Pangeia Última. Com informações do Estadão.

Este vasto território será caracterizado por temperaturas escaldantes que podem atingir até 70ºC, tornando-se, em grande parte, inabitável. Apenas de 8% a 16% dessa massa de terra gigantesca permanecerá adequada para a vida. Essas sombrias previsões foram apresentadas em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, publicado na revista Nature Geoscience.

Os modelos climáticos utilizados para esse distante futuro indicam que o Sol se tornará mais quente, e erupções vulcânicas violentas lançarão grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, agravando o aquecimento global.

Conforme estudos da Universidade de Bristol ,em 250 milhões de anos, o Sol estará muito mais quente, o que ameaça a vida na Terra. Reprodução

Como resultado, a grande maioria dos mamíferos terrestres, incluindo os humanos, enfrentará sérias dificuldades para sobreviver nesse ambiente hostil. O próprio supercontinente Pangeia Última apresentará desafios adicionais, como o efeito de continentalidade, que intensificará o calor, juntamente com o aumento do lançamento de CO2 na atmosfera, contribuindo para o agravamento do aquecimento global.

Os cientistas preveem um aumento nos níveis de CO2, indo além das atuais 400 partes por milhão (ppm) para mais de 600 ppm durante a formação do supercontinente, a menos que a humanidade pare de queimar combustíveis fósseis. Caso contrário, esses valores podem ser alcançados muito antes.

Com temperaturas médias atingindo entre 40ºC e 50ºC, e picos ainda mais extremos, juntamente com níveis elevados de umidade, a sobrevivência se tornará praticamente impossível para os humanos e outras espécies. Nesse ambiente, a capacidade de resfriamento do corpo humano através do suor será inadequada para lidar com tais temperaturas abrasadoras.

Os impactos das mudanças climáticas já se fazem sentir no presente, com eventos climáticos graves, como ondas de calor, incêndios, enchentes e ciclones, ocorrendo com maior frequência em várias partes do mundo. Além do aquecimento global, a influência do fenômeno El Niño tem exacerbado esses eventos climáticos, de acordo com os cientistas.

Tempestades causaram vítimas e prejuízos no Rio Grande do Sul. Foto: Divulgação/Prefeitura de Passo Fundo

Embora os mamíferos, incluindo os humanos, tenham se adaptado ao longo da evolução para enfrentar temperaturas mais baixas, eles são menos capazes de resistir a situações de calor extremo, tornando esse futuro distante um cenário preocupante.

Diante desses desafios, os pesquisadores destacam a necessidade de atuar de forma proativa para desacelerar as mudanças climáticas, uma vez que o aumento contínuo das emissões de gases de efeito estufa ao longo dos últimos 150 anos tem causado um aquecimento global irreversível.

A saúde humana já está sendo afetada pelo aumento das temperaturas médias do planeta, e é crucial tomar medidas para minimizar os impactos e garantir um futuro mais sustentável e seguro para as gerações futuras.

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