Conversamos com a brasileira que está leiloando a virgindade e já recebeu ofertas de R$ 315 mil

Atualizado em 27 de setembro de 2012 às 12:37

“Muitas meninas têm uma primeira experiência ruim”, ela nos disse, “pelo menos ganharei com ela”

"O máximo que fiz na vida foi beijar, nem cheguei às preliminares"

Catarina Migliorini é uma estudante de 20 anos que, como tantas brasileiras de sua idade, decidiu trancar a faculdade para embarcar numa aventura pessoal. A diferença é que Catarina suspendeu os estudosbpara perder a virgindade. Ou, mais exatamente, leiloá-la.

“Muitas meninas perdem a virgindade cedo, com o cara errado e acabam se arrependendo”, disse Catarina  ao El Hombre, o braço de conteúdo masculino do Diário do Centro Mundo. “E quantas pessoas não fazem sexo com alguém que elas encontraram na balada e nem conhecem? Eu pelo menos vou receber algum tipo de gratificação que pode fazer isso valer a pena.”

Catarina, que cursa medicina na Argentina, é a principal estrela do documentário Virgins Wanted, do diretor australiano Justin Sisely. O filme pretende documentar a primeira vez de dois jovens que terão sua virgindade leiloada: Catarina e o russo Alexander Stepanov, de 21 anos. Mas enquanto a maior oferta por Alexander até agora foi de US$ 1 200, Catarina já recebeu uma proposta de US$ 155 mil.

O leitão termina dia 15 de outubro. Então Catarina realizará um teste para provar que é virgem; e seu pretendente fará exames para garantir que não possui nenhuma DST. “O ato será consumado num avião”, ela diz, “e ele terá direito a ficar uma hora comigo. E só faremos sexo comum: sem beijo, oral ou qualquer outra coisa.” Se ela considera isso prostituição? Não. “Se você faz um negócio só uma vez na vida, não pode dizer que é sua profissão. Não é porque você bateu uma foto bonita, por exemplo, que é um fotógrafo.”

Ligamos para a nossa debutante à 1h30, já que ela se encontra atualmente na ilha de Bali para a gravação do documentário. A diferença do fuso é de 10 horas em relação a nós. E Catarina agradeceu: “Mal tenho conseguido dormir de tantas ligações na madrugada que tenho recebido do Brasil.”

Sozinha na Indonésia, Catarina encontra nos livros sua principal companhia – diz estar lendo Dostoievsky e cita durante a entrevista Victor Hugo. Ela conta que chegou a conhecer algumas pessoas e até fazer amizades, mas garante: nada de namoro. “Agora o meu foco é no documentário”. Confira abaixo a entrevista completa que fizemos com Catarina Migliorini.

"Ele só terá direito a tirar minha virgindade -- sem beijo, sexo oral ou qualquer outra coisa"

Como surgiu a ideia de leiloar sua virgindade?

Dois anos atrás, quando tinha 18 anos, li na internet sobre um projeto de um cineasta australiano que queria gravar a primeira vez de uma virgem. Me candidatei, sem ilusão, e recebi uma chamada para um segundo estágio, quando tive que fazer um teste de cena. Aí gravei um vídeo, com meu irmão como cameraman, em que eu falava um pouco sobre mim e mostrava minha cidade.

Então você está envolvida nesse projeto há dois anos. Nesse meio tempo, você não conheceu ninguém interessante, com quem teve vontade de ter sua primeira vez?

Nos últimos dois anos, desde que passei a fazer parte do projeto, não apareceu ninguém. Teria que ser alguém que eu gostasse muito e realmente se importasse comigo. Mas separo o amor do negócio.

Você tem 20 anos e é virgem. Hoje em dia, é considerado tarde perder a virgindade com essa idade. O que fez você esperar tanto tempo?

Sempre fiquei um pouco atrás das minhas amigas, pode-se dizer que amadureci tarde nesse sentido. Sempre gostei de ler e fazer esporte, enquanto minhas amigas já pensavam em namorar eu estava no clube jogando bola. Sou atrasada nesse lado.

Mas você nunca teve nenhum tipo de relação sexual? Nem preliminares?

Não. O máximo que fiz foi beijar, nunca tive nenhum tipo de relação sexual. Nem passar a mão, passei.

As mulheres costumam fantasiar e idealizar a primeira vez. Você não tem medo de se arrepender?

Eu conversei com muitas amigas minhas que me falaram que a primeira vez delas não foi boa, que doeu muito. Não vou dizer que a minha não seria boa, sabe, cada pessoa tem uma experiência diferente, mas acho que essa fantasia é mais uma ilusão, acaba nunca sendo como você imagina. E o que vai acontecer depois não está no meu controle, poderia me arrepender com leilão ou não. Não é necessariamente ele que vai definir minha experiência.

Qual a sua expectativa para essa primeira noite?

Não fico criando expectativas, nem fico pensando muito nisso, deixo acontecer. Preferia que fosse um cara que eu conhecesse já, que eu gostasse e tivesse cuidado por ser minha primeira vez, mas é um negócio.

Então ele pode fazer do jeito que quiser? Afinal, ele pagou…

Não posso exigir que ele seja cuidadoso ou paciente, mas está no contrato que ele não pode levar ninguém, se fantasiar, usar brinquedos, fazer anal, oral ou beijar.

Mas e se der vontade de beijar? Você quer mesmo que a sua primeira vez seja sem nenhum beijo?

Ah, se der vontade de beijar e ele quiser também, pode acontecer…

Mas aí você está quebrando contrato!

[risos] É verdade. Bom, preciso analisar isso!

Já pensou que logo na sua primeira vez você vai estar realizando o que é a fantasia de muitas pessoas, transando em um avião? Tá começando com tudo!

[risos] É verdade, nem tinha pensado nisso! Vou poder me gabar disso! [risos]

Você não tem medo que ele seja feio, chato ou não tomar cuidado?

A beleza ou idade é irrelevante para mim, só queria que ele tivesse mais cuidado.

Você diz que gostaria que fosse com alguém que você conhecesse, que gostasse e tivesse cuidado com você. Mas até aí, o leilão foi uma opção sua. O que fez você tomar a decisão?

Eu comecei a pensar que valeria a pena, porque hoje em dia muitas meninas perdem a virgindade muito cedo e as vezes com pessoas que achavam que gostavam na época, mas depois percebem que não, acaba sendo desconfortável, e se arrependem. Quantas pessoas não fazem sexo com alguém que encontram na balada e nem conhecem? Pelo menos vou receber um tipo de gratificação que pode valer a pena.

E o que pretende fazer com o dinheiro?

Primeiro de tudo, embarquei nessa aventura para ver ate onde vai chegar. Quero ver qual vai ser o valor para saber o que fazer. Mas tenho o projeto de ajudar pessoas, sempre tive essa meta na minha vida. Muitas pessoas não têm sua casa própria, gostaria de ajudá-las a terem seus lares. Não quero justificar nada, mas gostaria de fazer isso. Também não quero ser hipócrita de dizer que vou doar 100% do valor, mas gosto de mostrar que algo bom pode sair disso.

Qual tem sido a reação da sua família e amigos com essa história?

Primeiro conversei com minha mãe e meu irmão. Minha mãe falou que ia ser difícil, mas me deu liberdade. Não vou dizer que ela é a favor, mas me ama muito e está do meu lado. O mesmo vale para o meu irmão. Já meu pai ficou sabendo há uma semana. Ele ficou muito preocupado com meus estudos, não queria que eu trancasse a faculdade. Apesar de também não poder dizer que ele é a favor, ficou do meu lado e sabe que a decisão é minha. Contei para apenas uma amiga, inclusive durante parte da gravação do documentário no Brasil, e ela soube manter segredo. Recebi muitos e-mails de amigos que ficaram sabendo pela mídia e, apesar de estarem surpresos com minha decisão, me apoiaram e me aconselharam a não ligar para o que as pessoas estão dizendo sobre isso, já que nenhuma delas me conhece. Posso dizer que foi um grande presente receber essas mensagens.

E se esse documentário virar moda, a patente é sua?

A expectativa pelo documentário é por conta dessa ser uma ideia original, a primeira vez que alguém faz isso. Do jeito que as coisas são, é bem capaz que isso vire uma moda. Mas aí, a ideia foi do diretor…. não posso cobrar nada!

Não tem medo que isso atrapalhe uma relação com alguém no futuro?

Se esse alguém não quiser ficar comigo, é porque ele não é certo para mim, por ter alguma ideia pré-concebida sem me conhecer. Amor é incondicional, como na frase do Vitor Hugo: “A maior fonte de felicidade que há na vida é saber que alguém nos ama; que nos ama pelo que somos ou, melhor, apesar do que somos”.

Você entende essa fantasia masculina de tirar a virgindade de uma menina, só para dizer que foi o primeiro da vida dela?

Não entendo muito, acredito que os homens não são todos iguais, acho que alguns jamais pagariam isso e não se importariam. Mas tem um certo valor, sei que existem homens que têm o fetiche. Tem que saber tirar proveito. [risos]

Para finalizar, você gostaria de tirar a virgindade de alguém?

[risos] Olha, já dei algumas entrevistas, mas você foi o único que me perguntou isso. Tenho certeza que tem mulheres que gostariam, mas nunca pensei. Acho que não, por todo mundo dizer que a primeira vez nunca é boa e sexo só se torna bom com o tempo. Boa pergunta! [risos]

"Acho que eu não gostaria de tirar a virgindade de um menino"